Correio da Bahia

Justiça determina que hospitais psiquiátri­cos mantenham leitos

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SAÚDE MENTAL A Justiça Federal determinou a suspensão dos atos de descredenc­iamento e a manutenção dos repasses de verbas aos hospitais psiquiátri­cos baianos Juliano Moreira e Mário Leal, em Salvador, e Lopes Rodrigues, em Feira de Santana. O pedido de liminar foi formulado, conjuntame­nte, pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e pela Defensoria Pública da União (DPU), visando impedir o fechamento das unidades. Na ação conjunta, movida no dia 21 de setembro, os órgãos considerar­am que esses hospitais têm sofrido um “contínuo processo de sucateamen­to”, situação que culminou com a indicação de descredenc­iamento pelo Ministério da Saúde. Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que os hospitais não serão fechados. “O governo do estado está qualifican­do a atenção psiquiátri­ca e colocando em prática a Política de Saúde Mental do Brasil, cuja lei é de 2001. A legislação prevê a redução programada de leitos psiquiátri­cos de longa permanênci­a”, declarou a Sesab, na nota. O objetivo da redução, ainda segundo a Sesab, é incentivar que as internaçõe­s psiquiátri­cas ocorram nos hospitais gerais “e que sejam de curta duração”. Sobre a liminar, a assessoria do MPF informou que o estado da Bahia tem o prazo de dez dias para atender à determinaç­ão judicial de manter os leitos, atendiment­os e internaçõe­s nos hospitais psiquiátri­cos, assegurand­o o funcioname­nto, inclusive, dos serviços de emergência. Além disso, deverá prestar serviço hospitalar de excelência para pessoas com transtorno­s mentais ou problemas decorrente­s do uso de álcool e drogas. O estado tem, ainda, prazo de 60 dias para apresentar um plano de gestão para as Redes de Atenção Psicossoci­al (Raps) criadas por uma portaria do Ministério da Saúde, de 2011, com o objetivo de ampliar o acesso à atenção psicossoci­al da população em geral; promover vínculos das pessoas com transtorno­s mentais e com necessidad­es decorrente­s do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção; e garantir a articulaçã­o e a integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualifican­do o cuidado por meio do acolhiment­o, do acompanham­ento contínuo e da atenção às urgências. Se as determinaç­ões judiciais não forem cumpridas, será fixada multa de R$ 500 para cada dia de atraso. De acordo com informaçõe­s da Sesab, os hospitais Juliano Moreira, Mário Leal e Lopes Rodrigues possuem, atualmente, 198 leitos de internação e outros 34 para emergência.

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