Jovem morto em ação da PM já foi preso e teve irmã assassinada
O jovem Erivelton de Assis Santos, 22 anos, que morreu durante uma ação da polícia na Santa Cruz, ontem, foi preso em 2016 por porte ilegal de arma, durante uma operação da Coordenação de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil. Segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), nas duas situações ele atirou contra as equipes.
Ontem, os policiais disseram ter encontrado um revólver e drogas com o jovem. A família acusa os policiais de usarem de brutalidade e de atirarem contra a comunidade. Eles disseram que, na ação de ontem, os PMs abriram fogo no meio da rua e que algumas pessoas ficaram feridas pelos estilhaços.
No ano passado, a irmã de Erivelton, Lilian dos Santos, 37, foi assassinada dentro de casa. Moradores também acusam policiais militares pelo crime. Ao saber da morte de Erivelton, a mãe dele passou mal. Ela está internada no HGE. “Eles sempre chegam aqui assim, atirando, tratando a gente como fôssemos bichos. Eu estou grávida de seis meses e fui atingida pelos estilhaços”, contou uma dona de casa, mostrando o braço e o pescoço feridos.
Durante um segundo protesto pela morte de Erivelton, horas depois da manifestação que resultou na queima de um ônibus, uma equipe do Grupamento Gêmeos foi hostilizada, aos gritos de “Queremos justiça, quem matou foi a polícia”.
Para a Polícia Militar, não resta dúvida do envolvimento do jovem com a criminalidade. “Sempre que um criminoso tenta medir esforços com a polícia, a resposta será enérgica. Patrulhamos todas as ruas da Santa Cruz e continuaremos com esse trabalho de combate ao tráfico de drogas”, afirmou o comandante da 40ª CIPM, major Amilton Sousa Teixeira Júnior.