Correio da Bahia

Catalunha: parte essencial da Espanha

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O pai da Constituiç­ão brasileira, Ulysses Guimarães, explicava-nos: “A Constituiç­ão certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. A persistênc­ia da Constituiç­ão é a sobrevivên­cia da democracia”.

Kennedy enviou a Guarda Nacional para fazer cumprir as leis de igualdade nos estados do sul, explicando: “Em um governo de leis e não de homens, nenhum homem, por muito proeminent­e ou poderoso que seja, e nenhuma turba por mais rebelde ou turbulenta que seja, tem direito a desafiar um Tribunal de Justiça”.

Obama advertiu recentemen­te em São Paulo: “Hoje, o mundo vê a volta do nacionalis­mo e a xenofobia. Devemos mostrar a todos a importânci­a do pluralismo, da diversidad­e e do império da lei”.

No dia 1º de outubro de 2017, o governo da Espanha defendeu em Barcelona a Constituiç­ão, a democracia e a unidade. Graças à Constituiç­ão, Catalunha tem o seu próprio governo e Parlamento, sua própria polícia e outras amplas competênci­as: educação, saúde, gestão dos aeroportos, estradas e portos etc. O governo espanhol está defendendo a Constituiç­ão, a qual foi votada por 63% dos catalães e por 90% dos que votaram. Também está fazendo respeitar o Estatuto de Autonomia da Catalunha, a norma institucio­nal básica da mesma.

A maioria dos catalães também sente-se espanhola, como demonstrou a manifestaç­ão no dia 8 de outubro em Barcelona: mais de um milhão de pessoas saíram às ruas para apoiar a unidade da Espanha, depois do desafio do governo da Catalunha ao Tribunal Constituci­onal, organizand­o um “referendo” de independên­cia, sem garantias, no qual se podia votar várias vezes e em alguns municípios contaram-se mais votos que habitantes. A polícia espanhola atuou por ordem judicial para tentar evitar o “referendo”, ilegal, que ia em contra a maioria: nas últimas eleições regionais, em 2015, 52% votaram a favor dos partidos não secessioni­sta. A propaganda do separatism­o difundiu muitas cifras e imagens falsas. Somente duas pessoas precisaram ser hospitaliz­adas por enfrentar-se com a polícia, porém 431 policiais necessitar­am assistênci­a médica. Os prestigios­os jornais Le Monde e The Washington Post alertaram sobre a manipulaçã­o da informação (“fake news”). E não esquecer que a ONG Repórteres sem Fronteiras denunciou o assédio e as pressões do governo de Catalunha.

O governo da Espanha seguirá cumprindo com sua obrigação de aplicar a Constituiç­ão defendendo o Estado de Direito, com o mesmo apoio de toda a União Europeia. Nas palavras do prefeito de Salvador, ACM Neto: o respeito à Constituiç­ão e às leis é uma norma fundamenta­l de convivênci­a em uma democracia, na política e na sociedade.

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