Correio da Bahia

24h Funaro implica Temer e diz que se encontrou com Cunha 780 vezes

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DEPOIMENTO O corretor Lúcio Funaro disse em audiência na Justiça Federal em Brasília, ontem, que o presidente Michel Temer tinha consciênci­a de esquema na Caixa Econômica Federal que era operado pelo ex-vice-presidente de Fundos e Loterias do órgão Fabio Cleto. Ao falar sobre o caso, Funaro foi perguntado pela Procurador­ia da República sobre quem dentro do PMDB tinha conhecimen­to do esquema de Cleto: “Geddel (Vieira Lima) com certeza, Lúcio (Vieira Lima) com certeza, Henrique (Eduardo Alves), Michel Temer, Moreira Franco, Washington Reis”, elencou Funaro.

Funaro prestou depoimento na 10ª Vara Federal em Brasília na Operação Sépsis, que investiga desvios a partir de contratos do banco público. Funaro não deu mais detalhes à menção que fez ao nome de Temer e do ministro Moreira Franco. O corretor detalha, no entanto, relação próxima com Eduardo Cunha – que assistiu o depoimento. Os dois são réus, assim como Cleto, Henrique Eduardo Alves e o delator Alexandre Margotto.

O delator afirmou que se encontrou “no mínimo” 780 vezes com Eduardo Cunha. “Uma relação que durou aí 15 anos e eu encontrei pelo menos uma vez por semana com o deputado Eduardo Cunha. São 780 encontros no mínimo”, calculou.

O corretor se emocionou ao falar sobre a prisão e a família. “Passou a fase de querer vaidade, querer poder. Faz 1 ano e meio que minha filha está vindo aqui nas audiências, o senhor (disse ao juiz) conheceu ela, um bebê. Eu não quero mais passar por isso. Faz um ano e meio que eu não vejo meu pai. Não tenho coragem de chamar ele para me visitar”, afirmou. A esposa de Funaro também chorou. O ex-presidente da Câmara dos Deputados disse que no depoimento que prestará à Justiça Federal vai “desmentir tudo” e “mostrar as mentiras que estão sendo faladas”. O interrogat­ório de Cunha está marcado para o próximo dia 6 de novembro. Questionad­a a respeito das declaraçõe­s do corretor Lúcio Funaro, a Secretaria de Comunicaçã­o da Presidênci­a afirmou, por meio de nota, que “o presidente contesta de forma categórica qualquer envolvimen­to de seu nome em negócios escusos” e chamou Funaro de mentiroso.

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