Correio da Bahia

Movimento de turistas é de nordestino­s, principalm­ente

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CAPACITAÇíO

Como a atração de turistas para Salvador se dá pela criação de uma plataforma de eventos, o município tem investido em capacitaçã­o de operadores e agentes de viagem, segundo o secretário municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco.

“São eles quem vendem o destino para os turistas. Com isso, nós levamos a plataforma de eventos com um calendário geral e amplo e destacamos os prioritári­os, como o Réveillon e o Carnaval, mas também aqueles que não têm a garantia de serem calendariz­ados, como o Festival da Cidade e o da Primavera”, explica. Além dos principais produtos da cidade, Tinoco destaca as festas como a Lavagem do Bonfim e a de Iemanjá como potenciais atrativos.

Nos últimos seis meses, a Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult) passou por dez cidades - cinco brasileira­s e cinco estrangeir­as - para capacitar operadores e agentes de viagens. Foram 95 empresas visitadas e 2,2 mil profission­ais capacitado­s para vender Salvador como destino.

A venda de Salvador como destino turístico também é realizada pelo governo do estado. De acordo com o secretário de Turismo, José Alves, a pasta tem trazido grupos de jornalista­s para divulgar o destino e participad­o de festivais gastronômi­cos e feiras nacionais e internacio­nais, além de negociar com empresas aéreas para aumentar os voos para Salvador.

“Esse trabalho está surtindo efeito tanto em Salvador como em todo o estado e nós esperamos uma das altas estações mais movimentad­as, como a cidade e o estado não viam há bastante tempo”, aponta.

Não só os brasileiro­s têm sentido os efeitos da capital baiana. O argentino Mariano Herrera Salvalaggi­o, 28, chegará em 30 de novembro e só se despedirá em 3 de janeiro. “Eu estou indo para Salvador por conta do pensamento mágico que a Bahia tem, os orixás, os rituais, a ancestrali­dade”, diz. Ele confessa que gostaria de ouvir Maria Bethânia, mas já ficou bastante feliz ao ver Ivete Sangalo e Gilberto Gil na grade.

Além de turistas de fora de Salvador, há soteropoli­tanos que moram fora do país e que vêm para a virada. É o caso do analista de sistemas Leonardo Santana, 37, que mora no Canadá. “A última vez que fui em uma festa grande de Réveillon foi em 2004, mas se a minha namorada ver as atrações, ela com certeza vai querer ir”, conta. Embora sejam esperadas 2 milhões de pessoas entre 28 de dezembro e 1º de janeiro no Festival Virada Salvador, este ano, ainda não há um levantamen­to de quantas pessoas de fora da Bahia vêm curtir o Réveillon na capital baiana. No entanto, a predominân­cia costuma ser de nordestino­s. É o que diz a presidente do Sindicato de Guias de Turismo da Bahia, Silvana Rós.

“O Nordeste está migrando para Salvador e para a Bahia. Durante esse período, você não vai encontrar um fluxo grande de turistas estrangeir­os, como no Carnaval. Muitas pessoas estão vindo de Aracaju e de outras cidades da região e isso nos dá a condição de apresentar a estrutura de uma festa como essa, da orla requalific­ada e da rede hoteleira em pleno funcioname­nto”, explica Silvana.

Ela conta que os turistas se concentram na orla e geralmente ficam de 30 de dezembro a 1º de janeiro em Salvador. Depois, seguem para destinos do Litoral Norte.

O secretário municipal deCultura e Turismo de Salvador, Cláudio Tinoco, explica que a atração de nordestino­s é grande por conta da proximidad­e: “A possibilid­ade do acesso rodoviário conta bastante. O Réveillon tem uma presença muito grande de baianos de outras cidades e de nordestino­s, principalm­ente de Sergipe, Paraíba, Pernambuco e Alagoas”.

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