Fingia ser amigo na internet para estuprar
Nas redes sociais, uma adolescente ganhava a confiança de outras meninas. Era tão “amiga” que conseguia trocar fotos com elas. Mas a garota gente boa e sociável na internet, na verdade era o assistente financeiro Sandro Boa Morte Moreira, 35 anos.
Técnico em Radiologia, estudante de Administração e casado, Sandro chantageava e até ameaçava de morte as adolescentes, que acabavam coagidas a irem à casa dele, onde eram estupradas, segundo a polícia. Até agora, duas vítimas denunciaram Sandro: uma menina de 13 anos e outra de 15.
Foi no local dos ataques - a casa onde morava no bairro de Pernambués - que Sandro foi preso, na manhã de ontem, por agentes da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca). Os policiais cumpriram um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça na semana passada.
A prisão de Sandro só foi possível porque as vítimas prestaram queixa na Dercca. “Ele já vinha sendo investigado desde o ano passado, quando a menina de 15 anos veio aqui junto com os pais”, declarou a delegada Ana Crícia Macedo, titular da unidade.
O segundo caso chegou à delegacia este ano. “Quando a vítima de 13 anos nos procurou, ela contou como tudo aconteceu. Percebemos que se tratava da mesma pessoa”, disse a delegada.
Com base nos dois casos, Ana Crícia pediu a prisão preventiva do acusado, que foi expedida na semana passada pela juíza Ailza Botelho, da 1ª Vara dos Feitos Praticados Contra a Criança e o Adolescente. “Acreditamos que há mais vítimas”, afirmou a delegada. Por causa disso, as investigações continuam.
O acusado usava as redes sociais para atrair as vítimas e foi preso
AMEAÇAS
Segundo a polícia, a tática do acusado era primeiro conquistar a confiança de suas vítimas. “Ele se passava por uma menina nas redes sociais e conseguia a confiança de outras meninas. Quando já tinha o que queria, como fotos trocadas e informações sobre a vida pessoal das vítimas, como o endereço, ele mostrava quem era na verdade”, detalhou Ana Crícia Macedo.
Durante as investigações, apurou-se que as vítimas eram obrigadas a ir à casa de Sandro, que as levava até o local de motocicleta. “Ele ameaçava não só matá-las como matar a família de cada uma. Então, ele combinava um local para encontrá-las e as meninas depois eram levadas até a casa em Pernambués, onde eram estupradas e agredidas”, falou a delegada.
Ainda de acordo com ela, os estupros eram realizados sempre no horário do meio-dia. “Era quando ele conseguia ir ao local. A mulher dele trabalha o dia inteiro e ele tirava o horário de almoço para cometer os crimes”, explicou Ana Crícia.
À imprensa, Sandro disse que as meninas foram até a casa dele por conta própria. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável mediante agressão.