Correio da Bahia

Fingia ser amigo na internet para estuprar

- Bruno Wendel bruno.cardoso@redebahia.com.br

Nas redes sociais, uma adolescent­e ganhava a confiança de outras meninas. Era tão “amiga” que conseguia trocar fotos com elas. Mas a garota gente boa e sociável na internet, na verdade era o assistente financeiro Sandro Boa Morte Moreira, 35 anos.

Técnico em Radiologia, estudante de Administra­ção e casado, Sandro chantageav­a e até ameaçava de morte as adolescent­es, que acabavam coagidas a irem à casa dele, onde eram estupradas, segundo a polícia. Até agora, duas vítimas denunciara­m Sandro: uma menina de 13 anos e outra de 15.

Foi no local dos ataques - a casa onde morava no bairro de Pernambués - que Sandro foi preso, na manhã de ontem, por agentes da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescent­e (Dercca). Os policiais cumpriram um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça na semana passada.

A prisão de Sandro só foi possível porque as vítimas prestaram queixa na Dercca. “Ele já vinha sendo investigad­o desde o ano passado, quando a menina de 15 anos veio aqui junto com os pais”, declarou a delegada Ana Crícia Macedo, titular da unidade.

O segundo caso chegou à delegacia este ano. “Quando a vítima de 13 anos nos procurou, ela contou como tudo aconteceu. Percebemos que se tratava da mesma pessoa”, disse a delegada.

Com base nos dois casos, Ana Crícia pediu a prisão preventiva do acusado, que foi expedida na semana passada pela juíza Ailza Botelho, da 1ª Vara dos Feitos Praticados Contra a Criança e o Adolescent­e. “Acreditamo­s que há mais vítimas”, afirmou a delegada. Por causa disso, as investigaç­ões continuam.

O acusado usava as redes sociais para atrair as vítimas e foi preso

AMEAÇAS

Segundo a polícia, a tática do acusado era primeiro conquistar a confiança de suas vítimas. “Ele se passava por uma menina nas redes sociais e conseguia a confiança de outras meninas. Quando já tinha o que queria, como fotos trocadas e informaçõe­s sobre a vida pessoal das vítimas, como o endereço, ele mostrava quem era na verdade”, detalhou Ana Crícia Macedo.

Durante as investigaç­ões, apurou-se que as vítimas eram obrigadas a ir à casa de Sandro, que as levava até o local de motociclet­a. “Ele ameaçava não só matá-las como matar a família de cada uma. Então, ele combinava um local para encontrá-las e as meninas depois eram levadas até a casa em Pernambués, onde eram estupradas e agredidas”, falou a delegada.

Ainda de acordo com ela, os estupros eram realizados sempre no horário do meio-dia. “Era quando ele conseguia ir ao local. A mulher dele trabalha o dia inteiro e ele tirava o horário de almoço para cometer os crimes”, explicou Ana Crícia.

À imprensa, Sandro disse que as meninas foram até a casa dele por conta própria. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável mediante agressão.

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