EUA e Alemanha apoiam a Espanha
O primeiro-ministro da Espanha agradeceu o apoio dos senadores para a utilização do Artigo 155 da Constituição. Rajoy disse, durante coletiva de imprensa convocada após a declaração de independência da região separatista, que o que ocorreu no Parlamento da Catalunha era “uma prova inequívoca da necessidade de intervenção”, argumentou o premiê espanhol. “Não é possível a independência da Catalunha”, enfatizou Rajoy, que disse ainda que a Espanha se converteu nos últimos 40 anos “em um dos países mais prósperos do mundo”.
O Parlamento regional aprovou a independência da Catalunha em desafio ao governo de Mariano Rajoy. Antes da votação em Barcelona, os congressistas contrários à secessão abandonaram o plenário. Depois disso, os políticos partidários da separação decidiram realizar um voto secreto, no qual a vitória da separação se deu com grande margem de diferença.
Os políticos catalães afirmaram ter “um mandato para a independência” após o plebiscito de 1º de outubro. Mas o governo central e a Justiça espanhola não reconheceram a votação popular e declararam a votação inconstitucional. Enquanto nas ruas de Barcelona os catalães que aprovaram o processo de independência da região comemoravam, pelo mundo, as reações após a declaração do Parlamento regional penderam para o lado da Espanha na disputa. O Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA), por exemplo, disse que o país apoia o governo da Espanha em seus esforços para impedir o “impulso de independência da Catalunha”.
A porta-voz do departamento, Heather Nauert, disse que “a Catalunha é parte integrante da Espanha e os EUA apoiam as medidas constitucionais do governo do premiê Mariano Rajoy para manter a Espanha forte e unida”. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou no mês passado que a Espanha deveria permanecer unida, opinando que a votação pela secessão era “insensata”.
O presidente do Conselho Europeu (órgão da União Europeia), Donald Tusk, também afirmou ontem que “nada muda”, após o Parlamento da Catalunha votar a independência da região. Segundo Tusk, “a Espanha permanece como nosso único interlocutor. Eu espero que o governo espanhol privilegie a força do argumento, não o argumento da força”, afirmou ele em sua conta oficial na rede social Twitter.
Já a Alemanha anunciou que apoia a unidade da Espanha e que não irá reconhecer a declaração de independência do Parlamento catalão.
O porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert, disse em comunicado oficial do país, que a soberania e a integridade territorial da Espanha “são e permanecem invioláveis e uma declaração de independência unilateral viola esse princípio”.