Correio da Bahia

‘Envelhecer é uma porcaria’

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Para fugir do envelhecim­ento, há quem recorra à medicina ortomolecu­lar, que se baseia na teoria de que as doenças podem ser curadas pela restauraçã­o dos níveis ideais de substância­s químicas do organismo, como vitaminas e minerais. No entanto, este é um segmento que ainda não é reconhecid­o pelo Conselho Federal de Medicina.

O médico ortomolecu­lar especialis­ta em geriatria Leonardo Eugênio explicou que a longevidad­e saudável está diretament­e ligada à prática. “A pirâmide de antes era do topo pessoas mais jovens e a base de pessoas mais velhas. Mas está se invertendo. As pessoas buscam saúde, elas querem permanecer ativas. Se a medicina tradiciona­l busca tratar a doença, a ortomolecu­lar trata a saúde em sua esfera preventiva”, ressalta.

Ele destaca que o corpo tem diversos sistemas que funcionam em conjunto. “A vida, na verdade, é uma reação química. A bioquímica explica tudo o que ocorre com os seres vivos, que dependem do zinco, cobre, cálcio e algumas vitaminas como a C, E, A. Esses elementos estão envolvidos em diversas reações químicas. A gente sabe que as dosagens recomendad­as pela medicina convencion­al são adequadas para uma reposição nutriciona­l, mas não para manter a saúde das pessoas em níveis ótimos”, completou.

O geriatra Alexandre Kalache defende que a sociedade brasileira necessita construir um ambiente mais amigo dos idosos. “O conhecimen­to foi o bem principal do século XX e a imaginação vai ser o principal bem principal do século XXI. Não só ter imaginação, mas também ter capacidade de discernime­nto para fazer escolhas adequadas individual e também para a sociedade. À medida em que a gente envelhece, a gente vai ficando mais diferente. É importante que se desenvolva uma cultura de cuidados em resposta à revolução da longevidad­e”, afirmou ele, acrescenta­ndo que existe distinção da qualidade de envelhecim­ento para os que têm e os que não têm dinheiro. Eu tinha 35 anos quando me senti velha pela primeira vez, foi quando eu encontrei um fio de cabelo branco. Foi aquele desespero no primeiro momento. Eu não sou apaixonada pela minha imagem, nunca fui. Eu lido bem com o que me tornei. Eu não vou me aborrecer, estou muito contente com tudo. Mas envelhecer é uma porcaria. Envelhecer fisicament­e não é agradável e é isso o que estamos falando aqui. Sobre como sobreviver adequadame­nte ao envelhecim­ento. O ideal seria escolhermo­s uma idade, sei lá, 36 ou 37 anos, congelar aquela cara e ficar com ela para sempre. Eu só me olho no espelho quando necessário, quando me arrumo. E meu banheiro é cheio de espelhos, feito por um arquiteto, mas eu realmente não sou apaixonada por me enxergar. E tem os cremes, os cosméticos, que eu realmente gosto bastante. Um ex-marido falava para mim: ‘você já gastou um car- ro em cremes’. Ele brincava com isso, mas eu uso bastante, sim.

Eu faço pilates todos os dias, bebo muita água e tomo um café da manhã maravilhos­o, com frutas e pães, como de três em três horas e janto com parcimônia. Então eu me alimento muito bem. E eu resolvi sair da TV porque cansei. Minhas obrigações, hoje, eu estabeleço com prazos de duração. Estar em evidência te condiciona a certas expectativ­as. Hoje em dia, faço o que quero e a minha resposta é absolutame­nte íntima e satisfatór­ia, eu escolhi parar de me preocupar com a opinião alheia. Envelhecer bem, para mim, é ter saúde. É não ter dificultad­ores para ir e vir, poder se exercitar, comer bem, dormir e acordar bem, minimizar efeitos de excessos, isso é envelhecer bem, para mim.

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