Correio da Bahia

Negócios em família

- Thais Borges thais.borges@redebahia.com.br

Família que trabalha unida… permanece unida? Talvez não seja a regra sempre, mas é bem possível que famílias não apenas permaneçam, como também enriqueçam juntas. E se muitas compartilh­am receitas entre si, há aquelas que partilham o caminho para o sucesso nos negócios familiares.

É difícil estimar quantas empresas desse tipo existem hoje no estado. Nem a Junta Comercial da Bahia (Juceb), nem o IBGE têm dados quanto ao número de empresas geridas por sócios com parentesco no estado. Mas, por outro lado, é bem provável que todo mundo conheça a história de alguém que montou um negócio com a mãe, com o marido, o pai, os filhos e até com os cunhados - e deu certo. Por isso, o CORREIO decidiu contar alguns desses casos, incluindo desde empresas antigas até aquelas que estão dando os primeiros passos.

“A vantagem de trabalhar com a família é que você já conhece as pessoas, você já tem um bom nível de relacionam­ento. São pessoas que você já confia”, diz o especialis­ta em empreended­orismo e mercados José Nilo Meira.

INTIMIDADE

E é justamente por conhecer o perfil dos parentes que é possível desenvolve­r um projeto baseado nessas caracterís­ticas, de acordo com o orientador de negócios Fabrício Barreto, do Sebrae-Bahia. “Você pode analisar os riscos do desenvolvi­mento profission­al com base na pessoa, porque conhece as forças e a oportunida­de de melhoria dessa parceria”.

No entanto, ainda que sem estatístic­as oficiais, nos últimos anos, os negócios familiares até diminuíram, segundo Barreto. “Antigament­e, as pessoas se envolviam muito. Hoje, cada um tem sua atribuição e é até uma necessidad­e de muitos pais não ter essa sucessão, porque os filhos querem fazer outra coisa”, analisa.

Mesmo assim, para prosperar, essas empresas precisam definir bem o que cada um vai fazer. “Quando você faz o planejamen­to, entende e aproveita a expertise de cada um, você só tem a ganhar”, afirma.

SEPARAR AS COISAS

Mas seja qual for a estrutura, a figura do líder deve existir. “E o líder tem que ter visão de liderança mesmo. Tem que saber dar espaço, administra­r as influência­s que podem acontecer em função do grau de parentesco”, conclui Barreto.

Até porque, como afirma o especialis­ta em empreended­orismo e mercados José Nilo Meira, o principal desafio costuma ser evitar a mistura de relações familiares com relações comerciais. “O grande problema da empresa familiar é que, às vezes, confundem, levam problemas da família para a empresa, e vice-versa. Tem que blindar isso”, diz, sugerindo a criação de um acordo de sócios firmado com auxílio de consultori­a jurídica.

Conheça os segredos de empresas geridas entre parentes

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil