Morais de Castro Química perfeita
Quando tinha 16 anos, em 1960, Eduardo Morais de Castro viu seu pai, Álvaro, montar uma pequena empresa de importação de produtos químicos. A ideia do chefe da família era oferecer algo que ainda não existia em Salvador, bem como produtos que não eram produzidos no país. Com uma equipe formada só por esposa e cinco filhos, a empresa, que leva o nome da família, iniciou as atividades num escritório de 38 m² - a sala 505 do Edifício Larbras -, no Comércio, mas hoje ocupa um terreno de 13 mil m² (4,4 mil m² deles de área construída), em Porto Seco Pirajá, e tem 75 funcionários, com previsão de faturamento esse ano de R$ 100 milhões. O jovem Eduardo, que começou como office boy, hoje é um dos oito membros do Conselho Administrativo da empresa, ao lado de uma de suas irmãs - os pais e os outros irmãos faleceram. Atualmente, além dos dois, um de seus filhos e um cunhado continuam no negócio. “Ainda é uma empresa familiar, mas com administração profissional. Nos últimos 4 anos, tivemos a colaboração de uma fundação e creditamos parte de nosso crescimento a essas ferramentas”, comemora Eduardo, ao destacar que a empresa é a 74ª que mais cresce no país e a 5ª na Bahia. O perfil mudou um pouco: antes, a importação ia desde a soda cáustica para revender a indústrias de sabão até incensos da Etiópia. “No decorrer da evolução da sociedade, passamos a produtos mais sofisticados. Esses antigos foram praticamente descartados, com exceção da soda cáustica”. Hoje, os produtos incluem acetona, carbonato de sódio e peróxido de nitrogênio, e a lista de clientes inclui gigantes como Braskem e Dow. Qual o segredo do sucesso? Além de reinvestir o que lucram, preservar a ordem familiar de uma forma que não contamine a empresa. “A nossa grande sabedoria, que vem de meu pai e depois veio comigo, é que não permitimos que a empresa fosse contaminada com a família. Não se tinha um cabide de empregos. Quem estava ali foi por competência”, diz, ao explicar que parte do sucesso vem dessa governança rígida.