Correio da Bahia

Desemprego volta a cair e fica em 12,4% no terceiro trimestre do ano

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PESQUISA O mercado de trabalho manteve no terceiro trimestre a tendência de redução na taxa de desemprego por meio da geração de vagas informais. Apesar de o aumento na população ocupada ser positivo, a perda de postos com carteira assinada no setor privado preocupa, avaliou Cimar Azeredo, coordenado­r de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE). A taxa de desemprego recuou de 13,0% no segundo trimestre para 12,4% no terceiro trimestre. Apesar da melhora, a desocupaçã­o ainda atinge cerca de 13 milhões de brasileiro­s e o resultado ainda é superior ao registrado no mesmo período do ano passado, de 11,8%.Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). “A taxa de desocupaçã­o teve uma queda importante, mas ainda está bem acima da registrada ano passado. Ainda temos contingent­e expressivo de pessoas desocupada­s”, ressaltou Azeredo. “A ocupação cresceu, isso é positivo e fez essa taxa de desocupaçã­o cair. Mas quem está crescendo? O emprego sem carteira e conta própria, que são marcados pela informalid­ade”. No terceiro trimestre, o total de trabalhado­res com carteira assinada no setor privado atingiu o menor patamar da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012: 33,3 milhões de vagas formais, 810 mil a menos que um ano antes. “O mercado de trabalho perdeu 3,4 milhões de postos com carteira assinada em três anos. A Pnad Contínua está mostrando um aumento da informalid­ade. O mercado de trabalho não está estático, ele está se movimentan­do. Tem ponto favorável, que é o cresciment­o da população ocupada e o aumento da massa de rendimento. Tem mais dinheiro provenient­e do mercado de trabalho circulando. Mas tem mais informalid­ade crescendo, e você não vê reação alguma do indicador de carteira de trabalho assinada”, afirmou Azeredo. Ele lembra que a perda da carteira significa perda também de direitos como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e seguro-desemprego, além de restringir o acesso a crédito e benefícios como férias remunerada­s. Para os próximos meses, a expectativ­a é que a taxa de desemprego volte a cair, em função da contrataçã­o de funcionári­os temporário­s para as festas de fim de ano, disse Azeredo. Quanto ao impacto da reforma trabalhist­a, que entra em vigor em novembro, ele afirmou que o IBGE ainda está avaliando as novas regras, para depois determinar se será necessário fazer alguma alteração na Pnad Contínua. “O IBGE está começando a analisar a reforma, ponto a ponto, para ver de que forma a gente vai ter que ajustar a Pnad Contínua, se é que vai ter que ajustar”.

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