Correio da Bahia

PROGRAMAÇíO DA BALADA LITERÁRIA DE SALVADOR

- Laura.fernandes@redebahia.com.br

A força da linguagem na literatura, na música, no teatro, no rap e em outras expressões artísticas marca a terceira edição da Balada Literária de Salvador, que acontece de sexta a domingo, no Espaço Cultural da Barroquinh­a e no Teatro Gregório de Matos. O evento, que tem entrada gratuita ou a preço popular, inclui sarau, rodas de conversas, performanc­es, feira literária e shows.

A programaçã­o diversific­ada começa com uma edição especial do Sarau Bem Black dedicada ao cantor carioca Luiz Melodia (1951-2017), homenagead­o da Balada junto com o poeta piauiense Torquato Neto (1944-1972). O Sarau acontece sexta, às 18h, com participaç­ão do grupo Opanijé, do percussion­ista Jorjão Bafafé, da poeta paulista Luz Ribeiro e do grafiteiro Zezé Olukemi. Em seguida, a escritora baiana Lívia Natália lança o livro Dia Bonito pra Chover (Malê).

“Independen­te de qual seja a arte, todos têm um discurso muito bem articulado, uma experiênci­a profunda de linguagem”, ressalta o professor e poeta Nelson Maca, 52 anos, sobre a programaçã­o que é um desdobrame­nto da Balada Literária de São Paulo. “Todos são bons da sua forma”, completa Maca, que assina a curadoria da Balada baiana com o escritor pernambuca­no Marcelino Freire, idealizado­r do evento paulista, cuja edição deste ano acontece de 8 a 12 de novembro.

No sábado, a programaçã­o é composta por três mesas que homenageia­m vida e obra de Torquato Neto. Na primeira, às 14h, Marcelino Freire se reúne com Jorge Ialanji Filholini, contista indicado ao prêmio Jabuti 2017 que também dialoga com Wellington Soares, editor da Revistas Revestrés, e Paulo José Cunha, primo de Torquato Neto.

Em seguida, às 15h30, a jornalista Laura Bezerra entra em cena para conversar com o escritor baiano Orlando Pinho, figura da contracult­ura baiana, e com os músicos Edbrass Brasil e Lia Lordelo. Os dois últimos apresentam, no mesmo dia, às 19h, o show Torquatáli­a, com repertório composto por parcerias de Torquato com artistas como Gilberto Gil, Edu Lobo e Caetano Veloso. A programaçã­o fica completa com um bate-papo, às 17h, entre a jornalista Tatiana Lima e o músico Tuzé de Abreu.

“Lembrar o Torquato em momentos tão sombrios que a gente está vivendo é um ganho para todos nós e uma orientação. A rebeldia do Torquato, a celebração da liberdade, a inovação, a coragem com que desenvolve­u todas as artes, isso tudo joga muita luz pra gente”, justifica Marcelino Freire, 50, sobre a escolha do homenagead­o, também responsáve­l por revelar Luiz Melodia ao grande público. “É uma homenagem afetiva”, completa Nelson Maca, citando Melodia.

MANIFESTO

O último dia de Balada começa com a cantora paulista Fabiana Cozza que aborda a relação intérprete-diretor na mesa com o ator e diretor paulista Elias Andreato, que dirigiu seus últimos shows. No evento, às 14h, os dois falam sobre o processo artístico do álbum Partir, lançado por Cozza em 2015, e sobre o espetáculo Ay, Amor!, que ganhou CD este ano.

Em seguida, às 15h, a professora Milena Brito conversa com os escritores Lívia Natália, Fábio Mandingo e Landê Onawalê, sobre a força da atual literatura negra baiana. Já às 16h30 acontece uma versão reduzida da disputa poética Slam Lonan, na qual os participan­tes têm um tempo delimitado e são avaliados pela plateia, na hora.

A programaçã­o termina às 19h, com Fabiana Cozza no show Partir, acompanhad­a do violonista Léo Mendes e do músico e compositor Roberto Mendes. A apresentaç­ão tem as canções de Roberto como principal inspiração “poética e musical na construção da sonoridade e do diálogo com a diáspora africana no mundo”, ressalta Cozza, que também elogia a iniciativa da Balada.

“A Balada é uma necessidad­e artística, é um manifesto. Marcelino Freire é um sonhador que articula, transpira, une e realiza o maior evento não pago de literatura no Brasil”, elogia a cantora. “Ele reinventa os acessos por onde a literatura, a poesia e seus autores continuem existindo, tendo fala, e não sucumbindo à mediocrida­de a qual nestes últimos meses o Brasil insistente­mente tem sido relegado”, completa. Sexta Espaço Cultural da Barroquinh­a | Gratuito | 18h: Sarau Bem Black Especial com Luz Ribeiro, Jorjão Bafafé, Zezé Olukemi e Opanijé + lançamento livro de Lívia Natália

Sábado Espaço Cultural da Barroquinh­a | Gratuito | 14h: mesa com Marcelino Freire, Jorge Ialanji Filholini, Wellington Soares e Paulo José Cunha | 15h30: mesa com Laura Bezerra, Orlando Pinho e Edbrass & Lia Lordelo | 17h: mesa com Tatiana Lima e Tuzé de Abreu || Teatro Gregório de Matos (R$ 20/R$ 10), 19h: Show Torquatáli­a

Domingo Espaço Cultural da Barroquinh­a | Gratuito | 14h: mesa com Fabiana Cozza, Elias Andreato | 15h: mesa com Milena Brito, Fábio Mandingo, Lívia Natália e Landê Onawalê | Slam Poético | Teatro Gregório de Matos (R$ 30 | R$ 15), 19h: show Fabiana Cozza e Léo Mendes com participaç­ão de Roberto Mendes

 ??  ?? A cantora paulista Fabiana Cozza participa de bate-papo gratuito e apresenta show, ambos no domingo
A cantora paulista Fabiana Cozza participa de bate-papo gratuito e apresenta show, ambos no domingo
 ??  ??
 ??  ?? O escritor pernambuca­no Marcelino Freire é o idealizado­r da Balada
O escritor pernambuca­no Marcelino Freire é o idealizado­r da Balada

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil