Chuva interdita viaduto, acesso a terminal e causa engarrafamentos
ESTRAGOS Nos três primeiros dias deste mês, já choveu em Salvador 45,6% do esperado para novembro. Ontem, por causa de alagamentos, o Viaduto Mário Andreazza, na Avenida Paralela, ficou interditado entre as 6h30 e as 11h30. Como a pista foi invadida por terra das obras do metrô, na altura do viaduto, a Paralela registrou um engarrafamento de mais de 5 quilômetros. O acesso entre a rodoviária e o terminal de ônibus também foi fechado, e a água chegou a um metro. Em nota, a CCR Metrô Bahia, responsável pelo terminal, informou que, “entre as medidas cabíveis para evitar novas ocorrências, já está sendo realizada nova etapa de limpeza das tubulações, em maior extensão, desde o Rio Camurugipe até a rodoviária, possibilitando assim a remoção dos resíduos que causam o entupimento da rede”. Na Rua Barão de Cotegipe, no bairro da Calçada, o muro de uma casa desabou, atingindo dois carros que estavam em um estacionamento. A Defesa Civil registrou 12 ocorrências até as 18h (balanço mais atualizado). Não houve feridos. Foram três imóveis alagados (em Águas Claras, Cajazeiras e Fazenda Coutos), três ameaças de desabamento, uma árvore caída na Federação e outra com ameaça de cair em Luís Anselmo. Houve ainda duas solicitações de deslizamento de terra e uma de infiltração. A Codesal orienta que, em caso de emergência, as pessoas entrem em contato por meio do número 199. Segundo a meteorologista Cláudia Valéria, de quarta-feira até as 9h de ontem, Salvador registrou 62,6 milímetros de chuva - a média para o mês de novembro é de 137,1 mm. As chuvas foram provocadas por uma frente fria e, ainda de acordo com o Inmet, o tempo deve permanecer nublado a parcialmente nublado, com pancadas de chuva isoladas, até o fim do feriadão. As temperaturas devem oscilar entre 23°C e 30°C. Amanhã, terá sol. O bairro de Mussurunga foi o campeão em quantidade de chuva nas últimas 24 horas, de acordo com a prefeitura de Salvador. Até a manhã de ontem, havia chovido cerca de 83,2 milímetros na localidade. Já o bairro de Monte Serrat, na Cidade Baixa, registrou 25,4 milímetros - volume três vezes menor. JEREMOABO O policial militar José Bomfim Lima, 39 anos, foi assassinado por ciganos durante uma troca de tiros na noite de anteontem, na cidade de Jeremoabo, no Nordeste baiano. A vítima foi abordada quando estava de folga, em um bar. Dois ciganos, de prenomes Donizete e Vinícius, também morreram - um no bar e outro durante a abordagem policial após o crime. Segundo testemunhas, a confusão começou há uma semana, quando o policial apreendeu, junto com outros PMs, o som do carro de um dos ciganos, após denúncia de moradores. Ao saber que ele estava de folga em um bar, três ciganos foram ao estabelecimento tirar satisfação. Testemunhas relataram ainda que o soldado, que estava armado, disse que tinha feito apenas o trabalho dele e que era para os três homens buscarem as medidas administrativas para liberação do som. Houve uma discussão, o policial foi dominado, e os ciganos tomaram a arma dele, uma pistola ponto 40. Revoltado, o PM foi em casa, buscou um revólver 38 e voltou para o bar, iniciando o tiroteio. Ele morreu depois de ser baleado no tórax. Na fuga, parte do grupo foi localizada por outros policiais em uma estrada de chão. “Eles eram todos conhecidos e moravam no mesmo bairro. Os ciganos ficaram muito revoltados por causa da apreensão do som”, contou a delegada Mirela Ventura, coordenadora da 18ª Coorpin (Paulo Afonso). Além da pistola do PM, os policiais encontraram com os ciganos uma pistola 380, um revólver 38 e R$ 18 mil. Outros quatro ciganos foram presos na cidade vizinha de Euclides da Cunha suspeitos de envolvimento no crime. O soldado, que atuava na PM há 14 anos, foi o 18º policial morto em 2017.