24h Religioso acusa Cabral de pedir assinatura para cinemateca
REGALIAS O advogado Heckel Garcez, que representa a Igreja Batista do Méier, afirmou que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) pediu a religiosos da igreja que assinassem documento que permitia a instalação de uma cinemateca na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do
Rio, onde o peemedebista está preso. Segundo o advogado, Cabral fez o pedido após um culto na penitenciária. O documento assinado pelos religiosos autoriza a doação de itens eletrônicos em nome da Igreja Batista do Méier e da Comunidade Cristã Novo Dia, representadas pelo pastor Carlos Serejo, que é capelão prisional, pela missionária Clotilde de Moraes e pelo pastor Cesar Dias de Carvalho. Na terça-feira, 31, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária suspendeu a instalação da cinemateca e o Ministério Público Estadual do Rio passou a investigar o caso. Os religiosos que aparecem como doadores dos equipamentos para a cinemateca foram “induzidos” por Cabral, de acordo com o advogado. O advogado relatou que os religiosos foram chamados por Cabral à biblioteca da penitenciária em 27 de outubro. Lá, o ex-governador teria exposto a necessidade de que um representante de instituição religiosa assinasse documento de doação de equipamentos eletrônicos, avaliados em R$ 23 mil. Segundo Garcez, Cabral disse que a cinemateca seria de uso coletivo. O pastor João Reinaldo Purin, presidente da Igreja Batista do Méier, disse que Clotilde e Serejo foram afastados de suas funções no presídio. “Foi uma pena porque os dois são idosos, Clotilde tem 78 e Serejo 65, e nunca cometeram nenhum tipo de falta ou desvio. Eles são muito amados pela comunidade e foram induzidos a assinar o documento, não agiram de má fé”, disse. A defesa do ex-governador não respondeu aos contatos da reportagem até o início da noite.