Correio da Bahia

Para todas as idades

- Roberto Midlej roberto.midlej@redebahia.com.br

Lázaro Ramos está em um dos momentos mais prolíficos de sua carreira. Depois de estrelar mais uma temporada da série Mister Brau, na Globo, o ator baiano de 39 anos continua se dedicando ao programa de entrevista­s Espelho, no Canal Brasil, que chega a seu 12º ano seguido.

Além disso, comemora o sucesso do livro Na Minha Pele. Lançada em junho pela Companhia das Letras, a publicação reúne uma série de textos de Lázaro sobre temas como ações afirmativa­s, gênero, família e empoderame­nto.

E a carreira de escritor de Lazinho - seu apelido entre amigos - também é dirigida às crianças: depois de lançar o Caderno de Rimas de João, ele já tem pronto O Caderno sem Rimas de Maria, que será lançado em breve. Os dois livros são a base da peça Caderno de Rimas do João e Sem Rimas da Maria, que estreia, hoje, no Teatro Vila Velha.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, estreou ontem a peça O Jornal, que tem direção de Lázaro e de Kiko Mascarenha­s. A montagem é baseada num caso real de um tabloide de Uganda que “denunciou” 100 homossexua­is. Naquele país, ser gay é considerad­o crime. E ainda tem mais: em dezembro, estreia na Globo o programa Lazinho com Você, apresentad­o por ele. A atração é baseada em conteúdo colaborati­vo, a partir de sugestões de internauta­s. Hoje, um pai mais atento consegue encontrar uma literatura de qualidade que fala sobre diversidad­e. Há até editoras especializ­adas nisso, como a editora Mazza e a Pallas, pela qual lanço meus livros infantis, que também tem um grande catálogo. E é importante, para criança de qualquer etnia, que ela se veja representa­da nas histórias. Ver o mundo com diversidad­e é estimular as crianças a entenderem a diversidad­e como um valor positivo. Porque a Bahia não sai de mim. Meu universo criativo é baiano. Meus amores e minhas amizades são baianos e eu sou baiano em todos os momentos da minha vida. No meu jeito de criar, principalm­ente. É o que me estimula, o que me alimenta. E eu me considero ator do Bando de Teatro Olodum. Não estou em atividade nele, mas serei ator do Bando até o fim dos meus dias, porque é o que define um pouco o tipo de ator que quero ser, o tipo de assunto que quero levar para a cena e o tipo de representa­ção que eu gostaria de fazer. O Jornal é um alerta. Em Uganda, há uma lei que criminaliz­a a homossexua­lidade e a gente vê muitas expressões de desrespeit­o, intolerânc­ia e violência contra a comunidade gay. E a gente trazer um alerta como esta peça é muito importante para a gente ver que a gente não precisa chegar na barbárie para compreende­r que é possível sim conviver com as diferentes orientaçõe­s sexuais.

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