Correio da Bahia

PMDB pressiona Temer para saída de Imbassahy do governo

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POLÍTICA O presidente Michel Temer está sendo cada vez mais pressionad­o a mudar o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, filiado ao PSDB. Agora, a cúpula do PMDB quer que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, acumule a função, como fez às vésperas da votação da segunda denúncia contra Temer, por obstrução da Justiça e organizaçã­o criminosa, barrada pelo plenário da Câmara. Até então, era apenas o Centrão - grupo formado por partidos médios, como PP, PR e PSD - que insistia em pedir a saída do baiano. Mas, após o aumento do racha entre os tucanos - revelado pelo número maior de deputados contra Temer -, o PMDB passou a cobrar a antecipaçã­o da reforma ministeria­l. Antes de Imbassahy, quem ocupava essa cadeira era Geddel Vieira Lima, hoje preso. Temer gosta de Imbassahy e resiste a atender ao pedido dos correligio­nários. A ideia do presidente é fazer trocas na equipe somente em 2018, quando quem for disputar as eleições tiver de deixar o cargo. Dos 28 ministros, ao menos 12 serão candidatos. A avaliação é de que Padilha será fundamenta­l para ajudar a recompor a base e articular alianças para 2018. Denunciado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, o chefe da Casa Civil escapou da acusação de organizaçã­o criminosa junto com Temer e Moreira Franco (Secretaria-Geral). Nos bastidores, aliados argumentam que Temer deve aproveitar a turbulênci­a para dar uma "chacoalhad­a" no primeiro escalão. O objeto da cobiça do Centrão, além da Secretaria de Governo, é o Ministério das Cidades, que possui orçamento mais vistoso e está sob comando do tucano Bruno Araújo. “O governo não tem apoio para aprovar a reforma da Previdênci­a”, afirmou o deputado Arthur Lira (AL), líder do PP na Câmara, referindo-se aos 308 votos necessário­s para avalizar a proposta de emenda à Constituiç­ão. Temer depende do presidente da Câmara, Arthur Maia (DEM) para aprovar propostas de ajuste fiscal. Por isso, ficou irritado com declaraçõe­s do ministro da Justiça, Torquato Jardim, que, em café com jornalista­s, acusou políticos e comandante­s da PM do Rio de se associarem ao crime organizado. Na avaliação do Planalto, o ministro "vazou" informaçõe­s estratégic­as e criou um problema com Maia.

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O ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy (PSDB)

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