Correio da Bahia

Evento destaca literatura portuguesa

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Cenário do primeiro encontro entre Brasil e Portugal, a Bahia recebe pela primeira vez o Festival Minha Língua, Minha Pátria, evento gratuito que tem como objetivo reunir escritores para debater a produção literária dos países de língua portuguesa. O festival, que segue para São Paulo no final do mês, acontece entre sexta e domingo, no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura, no Salvador Shopping.

A programaçã­o baiana conta com a participaç­ão da cantora Adriana Calcanhott­o, embaixador­a da Universida­de de Coimbra (UC) no Brasil, que abre o festival sexta, às 19h30. Também professora da UC, a artista conversa sobre o poeta Luís de Camões (1524-1580) e o poder da poesia no século XXI, na companhia do professor português e diretor da biblioteca da UC, José Bernardes, um dos maiores estudiosos da obra de Camões.

“Não é por acaso que escolhemos Salvador para começar essa edição do Minha Língua, Minha Pátria. É simbólico por toda a nossa história. Foi na Bahia este primeiro contato com a língua portuguesa. E fazia todo o sentido começar com Camões e a sua importânci­a para língua portuguesa, quase 450 anos depois da publicação da primeira edição de Os Lusíadas”, afirma a curadora do festival, Simone Duarte, 49 anos.

Adriana Calcanhott­o, 52, destaca que o objetivo é falar sobre a contempora­neidade desse poeta. “Camões é um importante fundamento da língua portuguesa e é um assunto inesgotáve­l por causa da quantidade de camadas que sua obra tem, provenient­e de sua enorme cultura”, justifica a artista que também participa do festival no domingo, substituin­do o ator Gregório Duvivier, cancelado “por motivos de força maior”.

No domingo, na mesa Dueto Transatlân­tico, que acontece às 16h, a cantora divide o espaço com a escritora portuguesa Patrícia Portela, cuja formação inclui estudos em filosofia, cenografia e cinema. Criadora de performanc­es e instalaçõe­s transdisci­plinares, Patrícia “tem uma obra muito particular e vive entre os mundos da literatura, teatro, dança”, explica a curadora Simone.

Antes do encerramen­to de domingo, porém, o festival apresenta o debate sobre racismo, a partir da perspectiv­a feminina, no sábado, às 16h, com participaç­ão das escritoras portuguesa­s Joana Gorjão Henriques e Ana Margarida de Carvalho, cujo livro Não se Pode Morar nos Olhos de um Gato é um dos finalistas do Prêmio Oceanos. A mediação é da historiado­ra da Universida­de Federal da Bahia (Ufba) Wlamyra Albuquerqu­e.

“O Minha Língua, Minha Pátria quer mesmo ser um encontro entre autores do mundo de língua portuguesa que estimule o debate, a reflexão da recente produção literária entre todos os países de língua portuguesa (não só Portugal e Brasil)”, explica Simone. O evento será transmitid­o pelo Facebook do Teatro Eva Herz.

“Em resumo, [o festival] é a combinação da produção literária recente portuguesa não tão conhecida pelos brasileiro­s com o que há de mais clássico num diálogo entre culturas que falam a mesma língua. Para 2018, com mais tempo, queremos ampliar para termos mais autores africanos e brasileiro­s e em mais cidades brasileira­s”, garante Simone. Sexta, 19h30 Camões e o Poder da Poesia no Século XXI, com Adriana Calcanhott­o e José Bernardes

Sábado, 16h Racismo da Realidade à Ficção: Uma Perspectiv­a Fminina com Joana Gorjão Henriques e Ana Margarida de Carvalho. Moderadora: Wlamyra Albuquerqu­e.

Domingo, 16h Dueto Transatlân­tico com Adriana Calcanhoto Patrícia Portela. Moderadora: Simone Duarte

OndeTeatro Eva Herz da Livraria Cultura – Salvador Shopping

Entrada Gratuita. Ingressos distribuíd­os duas horas antes do início de cada dia. Encontros serão transmitid­os pelo Facebook do Teatro Eva Herz

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Patrícia Portela : trânsito entre literatura, dança e teatro

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