Atirador responde por agressão, diz família
BAIXA DE QUINTAS Familiares do jogador de basquete amador Edinei Moreira Bahia, 30 anos, afirmaram ontem que o policial militar, que eles acusam como sendo o autor do crime, já responde a um processo por agressão a um vizinho, por ter dado uma coronhada, mesmo estando há menos de um ano na corporação. O jogador foi morto depois de ser baleado no peito, na madrugada do último domingo, no Largo de Santana, no Rio Vermelho. O crime ocorreu depois de uma confusão por causa de um balde de cerveja, em uma boate. Os amigos que estavam com a vítima disseram que o atirador estava bêbado e armado. O corpo de Edinei foi enterrado ontem, no Cemitério Quinta dos Lázaros, sob comoção. Algumas pessoas passaram mal e precisaram ser atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Durante o cortejo antes do sepultamento, a viúva Janecleide Santos, 27 anos, desabafou e pediu para que o caso não fique impune. “Vinte mil caixas de cerveja eu te dava, seu desgraçado. Você não tem mãe, você não tem pai, você não tem filho não, seu idiota, seu desgraçado. Vou até o fim”, disse a viúva, revoltada. A mãe de Edinei, Vanda Moreira, 50, precisou ser amparada durante toda a cerimônia. “Esse policial tem que ser preso. Quero saber cadê os deputados, porque, se fosse um filho deles, o que eles fariam? Hoje foi meu filho, amanhã pode ser o deles. Eu quero que tenha justiça, é só isso que eu quero: justiça para meu filho”, pediu a mãe. O filho da vítima, também chamado Edinei, 4 anos, foi ao enterro. O motorista Daniel Abraão, 37, que dirigiu por 24h para trazer a família do Rio de Janeiro, onde mora, para Salvador, contou que, durante a viagem, o menino, por um momento, pareceu perceber o que acontecia a sua volta. “Ele disse: ‘O meu pai está com meu avô nas estrelinhas’. É uma criança que vai crescer sem o pai por causa de um irresponsável”, disse Daniel. O caso é investigado pelo DHPP. A Polícia Civil não detalhou a investigação.