Pastoral denuncia retirada da água
O sistema de irrigação nas duas fazendas possui, ao todo, 32 pivôs para captação de água do Rio Arrojado, que faz parte da bacia do Rio Corrente, composto por 15 rios, seis riachos e cinco córregos.
Ontem, a Comissão Pastoral da Terra - regional Bahia publicou um comunicado “em defesa das águas”. De acordo com a pastoral, o Inema concedeu à Fazenda Igarashi o direito de retirar do Rio Arrojado uma vazão de 182.203 m³/dia, durante 14 horas/dia, para a irrigação de 2.539,21 hectares.
“Este volume de água retirada equivale a mais de 106 milhões de litros diários, suficientes para abastecer por dia mais de 6,6 mil cisternas domésticas de 16 mil litros na região do semiárido. Agrava-se a situação ao se considerar a crise hídrica do Rio São Francisco, quando neste momento a barragem de Sobradinho, considerada o “coração artificial” do Rio, encontra-se com o volume útil de 2,84 %.”
A pastoral complementa que “a água consumida pela população de Correntina aproximadamente 3 milhões de litros por dia, equivale a apenas 2,8% da vazão retirada pela referida fazenda do Rio Arrojado”.
Nenhum representante dos manifestantes foi localizado para comentar as ações da última quinta-feira.
Um inquérito foi instaurado na Polícia Civil de Correntina para investigar a invasão e destruição de equipamentos da fazenda. “Ao que tudo indica, a motivação seria ligada à política”, afirmou o delegado titular do município, Marcelo Calçado. O inquérito da investigação deve seguir para a promotoria criminal de Correntina.
“Estamos tentando identificar essas pessoas (responsáveis pelas invasões e destruição das fazendas) pelas fotos e vídeos que circulam na internet. Não há um grupo que assumiu a autoria dos atos”, disse o delegado.