Tasso e Perillo disputam a preferência de 395 tucanos
PSDB Em um momento inédito na história do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo (GO), vão disputar nas próximas quatro semanas os votos dos 395 tucanos que compõem o colégio eleitoral que vai definir no dia 9 de dezembro o nome do próximo presidente do partido. Os dois lados reconhecem que a contabilidade está acirrada, o que causa apreensão na cúpula tucana.
Segundo o estatuto da legenda, têm direito a voto todos os 160 membros do diretório nacional, 27 presidentes de diretórios estaduais, 58 parlamentares tucanos do Congresso e cerca de 150 delegados eleitos pela base nos congressos estaduais (cada Estado elege 10% do número de diretórios organizados). Nesse cenário, as convenções regionais do PSDB do fim de semana serão decisivas. A executiva nacional do PSDB está elaborando uma mapa dos delegados nos Estados que deve servir como referência sobre a força de cada postulante ao comando da legenda. A principal convenção será em São Paulo, no domingo. Com 537 diretórios efetivos e a maior bancada na Câmara, o Estado vai levar mais de um terço dos delegados. O deputado estadual Pedro Tobias, que deve ser reeleito presidente do PSDB paulista, declarou apoio a Tasso e avalia que o senador contará com a ampla maioria dos votos. O senador cearense, que ocupa o cargo de presidente interino da sigla, tem como maior trunfo o apoio dos “cabeças pretas” - tucanos que defendem o desembarque do governo Michel Temer - enquanto Perillo é o preferido dos quatro ministros do partido, e do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado da legenda, e dos governadores. “O Marconi vai rodar o Brasil todo. Estou trabalhando com afinco em busca de cada um desses votos”, disse o deputado federal Giuseppe Vecci (GO), principal articulador do governador goiano na Câmara.
“Tasso tem mais força na bancada. Ele tem apoio de todos que votaram pela abertura do inquérito da Procuradoria-Geral da República contra Temer e também está à frente nos diretórios estaduais”, rebateu o deputado Daniel Coelho (PE), principal líder dos "cabeças pretas”. Tanto aliados de Tasso quanto de Perillo rejeitam a hipótese de que eles abram mão da disputa para apoiar uma terceira via.