Correio da Bahia

24h Prefeita afastada de Porto Seguro dobra patrimônio em seis anos

- MÁRIO BITTENCOUR­T

TRAJETÓRIA Ex-empresária do axé, a prefeita afastada de Porto Seguro, Cláudia Oliveira (PSD), viu seu patrimônio subir de R$ 210.052,50, em 2010, quando foi eleita deputada estadual pelo PTdoB, para R$ 557.035,68, em 2016, conforme o registro de bens dela na Justiça Eleitoral. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Cláudia e o marido, José Robério Oliveira (PSD), prefeito afastado de Eunápolis, foram alvos, na última terça-feira, de uma operação da Polícia Federal que desarticul­ou uma organizaçã­o criminosa suspeita de fraudar 33 licitações e contratos, com desvio estimado em R$ 200 milhões. O prefeito de Santa Cruz Cabrália, Agnelo Santos, (PSD), irmão de Cláudia, também foi afastado na mesma decisão. Eles são suspeitos de organizaçã­o criminosa, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. O marido de Cláudia, no entanto, perdeu dinheiro - ao menos é o que se deduz dos registros de bens de José Robério no TSE. Nas eleições de 2008, na qual foi eleito pela primeira vez para a prefeitura de Eunápolis pelo PRTB, o gestor tinha patrimônio de R$ 760 mil. Ficou dois mandatos como gestor, foi eleito deputado estadual em 2014, mas em 2016 seu patrimônio declarado foi reduzido para R$ 677.799,90. Antes de ganhar fama na Bahia como um dos políticos mais denunciado­s pelo Ministério Público Estadual (MP-BA), por supostas irregulari­dades na prefeitura de Eunápolis - são quase 20 ações na Vara da Fazenda Pública da cidade -, o gestor, de 53 anos, ficou conhecido em Salvador como empresário do ramo de trios elétricos, com a empresa Axé & Cia. A empresa nunca apareceu em seus registros de bens na Justiça Eleitoral, mas está na lista de bens da esposa Cláudia. Ontem, a coluna Satélite, do CORREIO, citou a suspeita da PF em relação a contratos para festas realizadas pela prefeitura de Porto Seguro. A lista das empresas investigad­as traz duas produtoras especializ­adas em eventos. Uma delas é a Star Multi, que tem entre os sócios João Lázaro de Assis, suspeito de ter recebido ao menos R$ 3 milhões em repasses feitos pelas três prefeitura­s do Extremo Sul envolvidas na Operação Fraternos, de terça. Anteontem, Maurício Vasconcelo­s, advogado de Cláudia e José Robério, disse que os dois negaram, em depoimento, as acusações da Polícia Federal e que vai entrar com uma ação para que os gestores possam voltar aos cargos. Agnelo Santos, em nota, disse que recebeu o episódio com “surpresa”.

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