Correio da Bahia

Preso policial militar que matou jogador de basquete no Rio Vermelho

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BRIGA EM BOATE O policial militar Frederico Santos Costa, 38 anos, foi preso ontem à tarde, depois de se apresentar no Departamen­to de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, acompanhad­o de dois advogados. Ele tinha um mandado de prisão temporária em aberto pelo homicídio do jogador de basquete amador Ednei Moreira Bahia, 30, durante uma confusão no Largo de Santana, no Rio Vermelho, na madrugada de domingo. Outras duas pessoas foram baleadas no mesmo crime, ocorrido após uma discussão envolvendo um balde de cerveja. Segundo a polícia, um segundo atirador, não identifica­do, ainda é procurado. Testemunha­s ouvidas pela polícia dizem que Frederico e a vítima discutiram por volta das 3h30. Depois de sair do bar, o policial seguiu a vítima e atirou em Ednei usando uma pistola ponto 380. Ele foi socorrido ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu. O policial, que começou a prestar depoimento no final da tarde, disse que agiu em legítima defesa. “Frederico diz que foi ameaçado por Ednei e seus amigos, por isso acabou atirando no jogador”, afirma o delegado José Bezerra Junior, diretor do DHPP, que conduziu o interrogat­ório. Ontem de manhã, policiais foram à casa do suspeito cumprir um mandado de busca e apreensão, a fim de tentar localizar elementos que ajudem na investigaç­ão. Pertences do policial foram apreendido­s. Parentes do atirador disseram que não o viam desde sábado. “Os testemunho­s, juntamente com uma fotografia feita instantes antes dos disparos, ajudaram a elucidar o caso. Na noite de segunda-feira, já havíamos pedido à Justiça a prisão temporária dele”, conta o delegado. Ao CORREIO, a família de Ednei contou, um dia depois do crime, que já havia identifica­do Frederico através de uma selfie tirada na boate onde a confusão começou. Durante o enterro da vítima, na terça, a viúva de Ednei, Janecleide Santos, 27, condenou a atitude do policial e pediu que o crime não fique impune. “Ele matou meu marido por causa de uma cerveja. Que tipo de monstro é esse? Quero justiça”, declarou. A mãe de Edinei, Vanda Moreira, 50, que desmaiou no sepultamen­to, também pediu justiça. “Quero saber cadê os deputados, porque se fosse um filho deles, o que eles fariam? Hoje foi meu filho, amanhã pode ser o deles. É só isso que eu quero: justiça para meu filho”, desabafou. Um dos amigos de infância de Edinei contou que a família ainda não retornou para o Rio de Janeiro. “A gente fica feliz em saber da prisão dele, mas a família ainda está sofrendo bastante”, disse. O soldado é lotado na 15ª Companhia Independen­te de Polícia Militar (CIPM/Itapuã). Ele ficará no Complexo Penitenciá­rio da Mata Escura. A arma dele foi apreendida e passará por perícia.

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Frederico alegou legítima defesa

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