Operação da PF prende coronéis da PM de Pernambuco
DESVIO DE DINHEIRO A Operação Torrentes, ação integrada da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da
União (CGU), prendeu, ontem, quatro coronéis da Polícia Militar de Pernambuco, supostamente ligados a um esquema de desvio de recursos públicos da União destinados à reconstrução de municípios da zona da Mata Sul, castigados pelas enchentes de 2010 e de 2017. Pelo menos R$ 450 milhões foram repassados pelo governo federal a Pernambuco. Parte desse montante teria sido desviada. O foco central da Torrentes foi a Casa Militar do governo pernambucano. Situada junto ao Palácio do Campo das Princesas, sede do executivo do estado, a Casa Militar foi alvo de buscas da PF. Um efetivo de 260 agentes cumpriu mandados de buscas, prisões e conduções coercitivas de investigados. Os policiais federais também vasculharam as instalações da vice-governadoria. Além dos quatro oficiais presos, outros quatro coronéis foram conduzidos para depor na PF, entre eles Mário Cavalcante, ex-chefe da Casa Militar na gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, em agosto de 2014. Segundo a PF, a investigação teve início em 2016, a partir de um relatório elaborado pela CGU com relação aos gastos efetuados pela Casa Militar de Pernambuco, com verbas repassadas pela União na Operação Reconstrução para a assistência às vítimas das enchentes que devastaram as cidades, em junho de 2010. A PF aponta superfaturamento de até 30% em contratos de aquisição de itens.