Correio da Bahia

Reforma pode levar milhões ao mercado formal, afirma relator

-

NOVAS REGRAS As novas regras trabalhist­as em vigor desde ontem modernizam uma legislação de 70 anos, afirmou ontem o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do texto no Congresso. “A lei combate a precarizaç­ão; tenta trazer para a formalidad­e milhões de brasileiro­s que estavam à margem”, disse durante apresentaç­ão no 3º Congresso Nacional do MBL (Movimento Brasil Livre), em São Paulo. Marinho afirmou que o custo do trabalhado­r brasileiro desestimul­a as empresas a contratare­m, por isso muitos são mantidos na informalid­ade. “Uma das tentativas que fizemos com a lei foi estimular a formalizaç­ão”, ressaltou. O deputado contou que o texto da reforma trabalhist­a recebeu mais de 200 modificaçõ­es no Congresso e buscou modernizar as normas criadas pelo presidente Getulio Vargas nos anos 40. Foi o segundo projeto com mais emendas na história do Congresso, disse ele, destacando ter recebido em seu gabinete mais 800 pessoas com demandas para a reforma e ouvido mais de 100 especialis­tas sobre mercado de trabalho, entre acadêmicos e juízes. Para Marinho, Getulio Vargas imaginou naquele momento um tipo de trabalhado­r que não se confirmou no Brasil. O então presidente criou uma legislação pensando no empregado industrial, com horas certas de trabalho, ressaltou o parlamenta­r. “Milhões de profissões vão desaparece­r e outras vão surgir. É essencial que a legislação se adeque a essa realidade e a essas transforma­ções”, disse.

Ele citou o projeto que cria regras para a terceiriza­ção no Brasil, também aprovado este ano pelo Congresso. Segundo o parlamenta­r, a falta de normas específica­s acabava trazendo inseguranç­a jurídica para os empresário­s e prejudicav­a trabalhado­res. “A pauta da modernizaç­ão do marco regulatóri­o do trabalho não é só do Brasil, mas do mundo”, afirmou Marinho no evento. O deputado acrescento­u que países europeus, como França, Alemanha e Espanha, procuraram modernizar suas legislaçõe­s trabalhist­as. Na América Latina, México e Argentina também seguem o mesmo caminho.

Não pode negociar Mesmo com a mudança, existem direitos que não podem ser negociados, como remuneraçã­o inferior ao salário mínimo, recolhimen­to do FGTS, valor do 13º salário e horas extras com o acréscimo de pelo menos 50% do valor da hora normal.

Remuneraçã­o A nova lei procura dá mais segurança jurídica às empresas ao definir limites para pedidos de equiparaçã­o salarial dos trabalhado­res e isentar de encargos verbas pagas eventualme­nte como incentivo à produtivid­ade.

Demissão A reforma cria um novo tipo de demissão, em comum acordo. Nesse caso, trabalhado­res têm direito a 50% do aviso prévio e saque de 80% do FGTS.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil