24h Por legado, PMDB pensa em lançar candidato
PRESIDÊNCIA O presidente do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), disse ontem que a sigla pode lançar candidato à Presidência da República na eleição de 2018. Segundo ele, o presidente Michel Temer vai deixar um legado que será “uma das espinhas dorsais” das discussões do pleito do próximo ano. “Se não tiver ninguém para defender esse legado, o PMDB não vai ficar órfão e vai lançar um candidato à Presidência da República para defender esse legado. Michel Temer fez mágica, ele fez mais do que Mister M e David Copperfield juntos”, declarou Jucá.
Para o líder do governo, o PSDB terá que decidir se é a favor ou não das medidas tomadas pelo presidente Temer. Ele admitiu que a saída do tucano Bruno Araújo do cargo de ministro das Cidades, anteontem, acelerou a reforma ministerial, e disse que a permanência do partido nos cargos dependerá de “qual tamanho o PSDB quer ter dentro do governo”. “A vontade de nomear para cargos em ministérios é dupla. Não vamos forçar o PSDB a nada. Mas o PSDB pode ajudar independentemente de ter cargo ou não, é um partido importante”, ressaltou.
Jucá considera que a reforma ministerial deve ocorrer até o final do ano, com nomes experientes e que não serão candidatos à eleição em 2018, para que os novos ministros possam trabalhar com o orçamento desde o início do ano que vem. “Se não você vai ter um ministro no Natal, Ano-Novo e Carnaval, será um ministro festivo”, disse. O peemedebista citou o nome do atual presidente da Caixa, Gilberto Occhi, defendido por integrantes do PP, como uma boa opção para assumir a vaga de ministro das Cidades, deixada por Araújo. “Precisamos de um nome experiente, pois o ministro terá pouco tempo, não dá para colocar alguém no cargo que está começando a aprender”, defendeu. Há oito dias, o PP deu até mesmo um ultimato a Temer e ameaçou paralisar as votações na Câmara se os tucanos não saíssem do governo e se o espaço do partido no governo não fosse ampliado. O presidente concorda em entregar Cidades para o PP, mas quer a sigla fechada a favor da reforma.
O presidente Michel Temer decidiu condicionar a nova distribuição de cadeiras nos ministérios aos votos que forem dados pelos partidos aliados para a reforma da Previdência. Empenhado em aprovar na Câmara mudanças no regime de aposentadoria até meados de dezembro, Temer quer deixar as trocas na equipe acertadas, mas só entregar efetivamente cargos para o Centrão ou outras siglas após conferir o painel de votação. Temer aposta todas as suas fichas para aprovar uma reforma da Previdência, mesmo que seja um projeto menor que o pensado inicialmente pelo governo.