Correio da Bahia

Mais um líder peemedebis­ta é atingido por operação

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CERCO FECHADO Ação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) atingiu ontem a cúpula da Assembleia Legislativ­a do Rio (Alerj). Batizada de Cadeia Velha, a operação investiga a suspeita de que empresário­s de transporte pagaram propinas a deputados estaduais e outros crimes. A lista de investigad­os inclui o último dos grandes caciques do PMDB fluminense, Jorge Picciani, presidente da Casa e do partido no estado, além dos deputados Paulo Melo e Edson Albertassi. Os três foram alvo de conduções coercitiva­s para depoimento e tiveram suas prisões preventiva­s pedidas à Justiça. As acusações são corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Procurador­es da República afirmam que Picciani e Melo, que também comandou a Alerj, receberam, juntos, mais de R$ 112 milhões em propinas da Fetranspor, entidade do setor de transporte urbano de passageiro­s, num período de cinco anos. Os pagamentos eram mensais. Foi a primeira operação da PF ligada às investigaç­ões da Lava Jato que teve como alvo o comando de um Legislativ­o estadual. Também foi a primeira ação do gênero que precisou de autorizaçã­o de um Tribunal Regional Federal – o da 2ª Região. Isso era necessário por causa das prerrogati­vas de foro dos parlamenta­res sob investigaç­ão. Ao todo, foram expedidos seis mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 35 de busca e apreensão no Rio, Saquarema, Volta Redonda e Uberaba (MG). A operação foi batizada de Cadeia Velha em alusão à prisão que existia no local onde foi construída a sede da Alerj. Um dos presos temporaria­mente foi Felipe Picciani, um dos filhos do presidente do PMDB. Ele dirige a Agrobilara, empresa pecuária da família, em Uberaba, citada em diversas investigaç­ões como centro de lavagem de dinheiro. O procurador Carlos Alberto Gomes de Aguiar declarou que “enquanto o Rio definha”, os alvos da Cadeia Velha “se empapuçam com dinheiro da corrupção”. Jorge Picciani negou as acusações e classifico­u a prisão do filho de “uma covardia” para atingi-lo. “Felipe é zootecnist­a, bom pai, bom filho, bom amigo, que não tem atuação política. Todos que o conhecem o respeitam e sabem do seu caráter e correção”, afirmou. Ele ainda negou ter recebido qualquer vantagem indevida.

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Jorge Picciani, levando a mala, foi obrigado por um mandado de Justiça a comparecer para depor ontem

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