Aqui se casa
Baianos casam mais, separam mais e têm menos filhos em 2016
Casar é coisa de baiano. E quem diz isso - e comprova, com números - é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na contramão do Brasil, a Bahia registrou crescimento dos casamentos entre 2015 e 2016. Se, de um modo geral, o brasileiro casou menos, o número de baianos que casou de ‘papel passado’ saltou de 60.039 em 2015 para 60.734 no ano passado, uma alta de 1,2%, de acordo com as Estatísticas do Registro Civil de 2016, divulgadas ontem.
A oficialização dos matrimônios cresceu tanto entre pessoas do mesmo sexo como entre noivos de sexos diferentes. Os dados se referem apenas aos casamentos registrados em cartórios civis.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi o que teve o maior aumento, e passou de 117 para 167. Essas 50 uniões a mais representam uma taxa de crescimento de 42,7%. Já entre pessoas de sexos diferentes, o crescimento foi de 1,1% e passou de 59.922 para 60.567 645 matrimônios a mais.
Embora tenha mais casais, a nova família baiana também tem menos filhos. De acordo com os dados divulgados ontem, 2016 teve a maior queda na taxa de natalidade desde 2006 - 8,8% a menos. Em 2015, nasceram 205.602 novos baianos. Já em 2016, os nascidos no estado caíram para 198.005. Dez anos antes tinham sido 217.123 nascimentos. Mas essa tendência é nacional: no Brasil, a queda foi de 5,1%, atribuída ao zika vírus, à microcefalia e à crise.
Ainda segundo os dados do IBGE, apesar de o número de nascimentos ter caído, cresceu a quantidade de bebês filhos de mães com 40 anos de idade ou mais. De 2006 para 2016, o aumento foi de 15,7%, passando de 4.543 nascimentos para 5.255. Em contrapartida, caiu 24,4% o número de bebês filhos de mães adolescentes.
POR AMOR E POR DIREITOS Para a autônoma Rafaela Rosa, 21 anos, e o professor de Matemática Jedson Matos, 26, já estava na hora de viveram juntos. “Chegou um momento que não dava mais para cada um ficar em seu canto. Além disso, nós dois somos de uma religião que não permite que o casal conviva junto sem o casamento perante os homens e perante Deus”, diz a noiva.
O casamento das psicólogas Rafaela Catabas, 31, e Aline, 36, foi um jeito de formalizaram o relacionamento das duas e ainda garantir os direitos da união civil. “A gente quis muito mais oficializar por causa do medo de perder os direitos por conta do momento político que estamos vivendo. A gente fez uma cerimônia simples para formalizar”, conta Rafaela.
Elas já moravam juntas há quatro anos e fizeram uma cerimônia mais intimista para familiares e amigos. “Foi bem legal, porque a gente atingiu o objetivo, tanto para os casais homossexuais que foram, quanto familiares. Muita gente falou que estava feliz em nos ver juntas. O juiz quis tirar até uma selfie com a gente”, lembra.
O casal Roger Alban, 28 anos, e Welder Cruz, 25 anos, já contribui para aumentar a lista de casórios este ano. A união de dois anos foi celebrada em setembro de 2017. “Quando percebemos, já estávamos morando juntos. A gente decidiu por fazer essa união, esse casamento, por uma questão de reconhecimento e afirmação. De mostrar para os amigos e família que a gente também pode e tem o direito de vivenciar isso”, afirma Roger.
MAIS BARATO
Apesar de casarem mais, os baianos vêm economizando na festa. O cerimonialista Rogério Condá conta que uma festa menor e mais intimista é o desejo atual de quem casa na Ba-