Polícia Federal mira em esgoto jogado no mar
Águas Limpas é o nome da operação, mas a Polícia Federal (PF) investiga se a Embasa, órgão de saneamento do governo do estado, vem lançando esgoto no mar, sem tratamento, há mais de dois anos, via emissário do Rio Vermelho (espécie de tubulação que levaria o material já tratado para o mar, a 27 metros de profundidade).
Segundo a PF, a bomba que deveria fazer a elevação do efluente, permitindo o escoamento do esgoto, já estava inoperante antes do acidente com um ônibus, em março de 2016, que provocou a interrupção de energia na Estação de Tratamento de Água do Lucaia e, em dois dias, a Embasa acabou despejando 756 milhões de litros de esgoto sem tratamento na praia, no bairro do Rio Vermelho, como mostrou o CORREIO na época.
Com essa bomba sem funcionar desde outubro de 2015, como conta o delegado Fernando Berbert, responsável pela Operação Águas Limpas, deflagrada ontem, o esgoto não passa pelos processos obrigatórios de tratamento, como o gradeamento, o peneiramento e a caixa de areia. Dessa forma, não é tratado e tudo que tem caído no mar - mesmo que a mais de dois quilômetros da costa - é esgoto doméstico.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão - três em Salvador, na sede da Embasa, e outros dois no Rio de Janeiro e em São Paulo - para localizar documentos relativos à investigação. Os mandados, deferidos pela 17ª Vara Federal, foram solicitados depois que a PF requisitou os documentos, e a Embasa negou, sob a alegação de “não ser obrigada a produzir prova contra si mesma”. De acordo com o delegado, só no ano passado, foram dois pe-
Operação buscou documentos para investigar suposto crime ambiental