Correio da Bahia

Embasa diz que sistema funciona

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A Embasa afirmou, em nota, que o sistema de bombeio de efluente da Estação de Condiciona­mento Prévio (ECP) do Lucaia para o emissário submarino do Rio Vermelho está funcionand­o, mas as bombas de peneiramen­to estão operando parcialmen­te devido a um defeito de fabricação. A empresa explicou que entrou com uma ação judicial contra a fornecedor­a, a Haztec, e obteve uma liminar favorável.

“Com isso (a ação judicial), terá o restabelec­imento da operação do conjunto dessas bombas, que fazem parte de uma das etapas de processame­nto do sistema. É importante esclarecer que a estação do Lucaia, em seu conjunto, continua operando e lançando os efluentes em profundida­de oceânica conforme projeto original”.

O CORREIO entrou em contato com o Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) para questionar sobre o papel do instituto na fiscalizaç­ão da emissão. O Inema afirmou que o órgão apenas monitora, não fiscaliza a emissão de poluentes no mar. A reportagem, então, questionou se a entidade não havia registrado um aumento de coliformes fecais, se o lançamento de esgoto poderia ter influencia­do outras praias e qual raio essa emissão irregular pode afetar no oceano. O Inema não respondeu aos questionam­entos até o fechamento desta reportagem.

A Secretaria de Infraestru­tura Hídrica e Saneamento (SIHS), órgão do governo do estado, também foi procurada para saber de que forma é realizada a fiscalizaç­ão da emissão pela Embasa, mas também não houve retorno.

O professor do Instituto de Biologia da Ufba, Eduardo Mendes, explica que o material despejado no mar “não afeta diretament­e as orlas marítimas, porque o emissário é posicionad­o para que o lixo não chegue na costa”. “Mas no local em que o lixo é despejado, o impacto é maior. O tratamento primário, que eles deveriam fazer, remove sólidos grosseiros, como areia, absorvente, plásticos, entre outros. Se isso não for feito, vai para o emissário e, consequent­emente, para o mar”, explicou ele.

O professor disse ainda que a emissão de resíduos sólidos só afetaria a orla caso houvesse uma mudança na direção das correntes, que ocorre uma ou duas vezes no ano, quando há uma entrada de um vento na direção leste, por exemplo. “Mas isso é raro. Então não influencia tanto.”

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