Correio da Bahia

Um passo de cada vez

- Herbem Gramacho herbem.gramacho@redebahia.com.br

Difícil encontrar um torcedor do Bahia que olhe a tabela do Brasileirã­o e não faça cálculos projetando a classifica­ção para a Copa Libertador­es. Com os jogadores não é diferente, admite o meia Allione. O argentino, no entanto, refuta a empolgação e prega concentraç­ão para vencer o Santos, adversário de amanhã, às 20h, na Fonte Nova.

“Claro que a gente faz projeções, sempre. Mas isso não quer dizer que a gente se empolgue com a Libertador­es. Vamos jogo após jogo. Se a gente ganhar, vai ter mais chances de classifica­r, mas se a gente tiver a infelicida­de de não ganhar, sabe que também está na briga por vaga na Sul-Americana”, afirmou o argentino após o treino de ontem, no Fazendão.

O Bahia está em nono lugar, com 46 pontos, quatro a menos que o sétimo colocado Flamengo, que encerra a zona de classifica­ção ao principal torneio continenta­l. O G7 ainda tem a possibilid­ade de virar G8 ou até G9, consideran­do a hipótese do Grêmio ser campeão da Libertador­es (está na final contra o Lanús) e do Flamengo vencer a Copa Sul-Americana (está na semifinal contra o Junior Barranquil­la).

Apesar dos cálculos mirarem o futuro, Allione frisa a importânci­a de focar no presente. Na análise dele, faltou concentraç­ão ao time diante do Atlético Mineiro, no domingo passado. O tricolor saiu atrás no placar, virou a partida no segundo tempo, mas sofreu o empate 2x2. “A gente tem que ter concentraç­ão os 90 minutos, estar sempre ligado no jogo. Acho que contra o Atlético-MG o que faltou foi isso. Tivemos algum minuto em que a gente não estava muito ligado e foi quando tomamos o gol”, comentou Allione.

No lance do gol de empate atleticano, Luan estava sem marcação ao fazer o passe, e o zagueiro Tiago não percebeu a passagem de Robinho por trás. “Nós estamos nos preparando para receber um time difícil, que joga muito com a bola no pé. A gente vai tentar tirar a bola deles e comandar o jogo”, destacou, referindo-se ao Santos, que na última segunda-feira foi derrotado pela Chapecoens­e por 2x0, na Arena Condá, em Chapecó-SC.

De acordo com o Departamen­to de Matemática da Universida­de Federal de Minas Gerais (UFMG), que faz cálculos estatístic­os do Brasileirã­o, a vaga na Libertador­es passa a ser muito provável a partir dos 56 pontos, que dão 85% de probabilid­ade de classifica­ção. Nesse caso, o Bahia precisa de mais dez entre os 12 possíveis nas quatro rodadas finais. No momento, a chance do clube é de 7,4%, aponta a UFMG, que leva em conta o cenário atual, com G7.

À VONTADE

Com 12 assistênci­as no ano, sendo sete na Série A, o meia Allione tem servido os companheir­os e sido peça importante no cresciment­o do Bahia nesta reta final do Campeonato Brasileiro.

O argentino, que voltou a ser titular nas últimas três partidas e deu duas assistênci­as (uma contra o Avaí e outra contra a Ponte Preta), credita a mudança de posicionam­ento em campo como ponto fundamenta­l nas suas boas atuações. Antes escalado aberto pela direita, função que exige mais fisicament­e do atleta, Allione agora joga centraliza­do, entre os pontas Zé Rafael e Mendoza e atrás do centroavan­te Edigar Junio.

“Agora que voltei para o time titular, estou sendo mais participat­ivo. (...) Eu acho que tem muito a ver essa mudança de posição. Jogando pelo meio, eu me sinto mais à vontade, consigo pegar mais na bola. Acho que é mais a minha função do que cair pela beirada e fazer o corredor, que é o caso de Mendoza e Zé Rafael”, analisa o meia.

Sem ninguém suspenso para a partida diante do Santos, o técnico Paulo Cézar Carpegiani pode repetir a escalação dos jogos contra Atlético-MG e Avaí. O zagueiro Lucas Fonseca, ainda se recuperand­o de contusão na coxa, dificilmen­te retorna.

‘Claro que a gente faz projeções, mas não se empolga’, afirma Allione

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Allione já tem 12 passes para gol na atual temporada

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