24h Prejuízo em fazenda invadida é de R$ 50 milhões, avalia polícia
CORRENTINA A destruição de diversos equipamentos de um sistema de irrigação que captava água do Rio Arrojado, em Correntina, no Oeste do estado, causou prejuízo de R$ 50 milhões à empresa agrícola Igarashi. A informação foi passada pela Polícia Civil ao CORREIO e confirmada pela empresa ontem. A destruição ocorreu no dia 2 deste mês por agricultores e pecuaristas que vivem próximo ao rio e estavam insatisfeitos com a captação de água por parte de duas fazendas da empresa. O caso é investigado por uma força-tarefa da Polícia Civil, que já ouviu mais de 30 pessoas para saber os autores e patrocinadores da destruição. A Igarashi possui desde 2015 outorga da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Se- ma) para captar 180 mil metros cúbicos de água por dia do Rio Arrojado. Nesta semana, a polícia decidiu decretar sigilo no caso e, desde o dia 2, o policiamento está reforçado em Correntina. Entre os que foram intimados para depor, além de supostos envolvidos diretamente na destruição da fazenda, estão o vice-prefeito, Michael Delgado (PV), o presidente da Câmara de Vereadores, Ebraim Moreira (PMDB), e a vereadora Albanice Magalhães (PR). Eles negam participação direta ou indireta na invasão, realizada por até 800 pessoas, transportadas em cinco ônibus e caminhonetes. Foram destruídos 32 pivôs de captação de água, caminhões, máquinas colheitadeiras, uma retroescavadeira, uma patrol, uma máquina pá carregadeira e ao menos dez tratores. Todo o sistema elétrico da fazenda também foi danificado. Segundo apoiadores do ato, o ataque foi uma reação à falta de resposta relativa aos problemas socioambientais que eles dizem que há na região por conta do agronegócio, entre eles o desmate de nascentes e a diminuição das águas da Bacia do Rio Corrente, um dos afluentes do Rio São Francisco. O CORREIO solicitou na última segunda-feira ao Inema, autarquia estadual, informações sobre a atual situação das bacias hidrográficas da região, mas não obteve resposta. Entidades ligadas ao agronegócio na região defendem que estão fazendo uso consciente dos recursos hídricos.