Correio da Bahia

MUSEUS PREVISTOS PARA MARÇO DE 2020

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O piso da Cayru vai ser renovado, eliminando os buracos e desníveis, mas será mantida a cobertura de pedras portuguesa­s e inclusos elementos em concreto e granito. O projeto paisagísti­co manterá as árvores já existentes e o local receberá mobiliário urbano, como bancos e cadeiras. O monumento em homenagem ao Visconde de Cairu será recuperado e receberá iluminação cênica.

Também serão implantado­s seis quiosques de coco e acarajé na área. O espaço ainda vai ganhar uma barraca de Cordel na Praça, resgatando uma antiga tradição do local.

A área conhecida como Rampa do Mercado, o cais e as escadarias também serão requalific­ados. A autoria do projeto é do professor Mário Mendonça, especialis­ta em restauro. O cais é do século XVII e é composto de pedra de cantaria, própria da região de Santaluz, no sertão baiano. Já o as escadarias têm revestimen­to de pedras de Lioz, típicas de Lisboa (Portugal). Hoje, parte da área está pichada e há pedaços quebrados.

MOVIMENTO

A reforma da Praça Cayru deve pôr o Mercado Modelo em ainda mais evidência. A expecta- tiva dos comerciant­es é de que o fluxo no lugar aumente. “Se for revitaliza­r essa região do Comércio, a tendência é chamar a atenção do Mercado. E ele precisa de mais divulgação. Às vezes, os turistas chegam no porto e vão direto para os hotéis, sem passar por aqui”, diz o comerciant­e Samir Abdalla, há 22 anos no Mercado.

A maior queixa dos comerciant­es tem relação com a segurança. “Acontecem pequenos furtos na região, apesar do trabalho especial feito aqui pela 16ª CIPM”, disse o presidente da Associação de Comerciant­es do Mercado Modelo (Ascomm), Nelson Tupiniquim.

O comerciant­e Francisco Filho revela que, para diminuir o problema, os permission­ários do Mercado estão contratand­o segurança particular em dias de chegada de cruzeiros e nos feriados.

A empresária Ana Carolina Molina, 31 anos, turista de Campinas (SP) ficou encantada com o que viu e só se queixou do estado dos prédios do entorno do Mercado.“Achei tudo bem bonito. Infelizmen­te, a gente vê os prédios históricos assim, acabados”, comenta. Parte dos prédios é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). REPERCUSSíO

O anúncio da requalific­ação das praças animou o trade turístico, por concentrar alguns dos locais mais visitados de Salvador. “Tudo o que vier a ser somado como melhoria é bem vindo. A requalific­ação é interessan­te para os comerciant­es do entorno e para os turistas, mas também para o morador da cidade, que vai passar a frequentar mais”, avalia Luiz Augusto Costa, presidente do Sindicato de Empresas de Turismo no Estado da Bahia (Sindetur).

Já o presidente da Salvador Destinatio­n, Paulo Gaudenzi, aponta a melhoria dos equipament­os turísticos da cidade. “Essas requalific­ações têm melhorado o produto turístico Salvador e as pessoas estão passando a lembrar que somos um importante destino”, observa.

O secretário de Turismo de Salvador, Cláudio Tinoco, aponta a importânci­a do investimen­to para a cidade. “Aquela região é o principal patrimônio que a cidade possui de atrativos históricos e turismo. A região do Comércio, da Praça Cayru, vinha destoando em virtude da descaracte­rização de uma área que era o coração financeiro de Salvador. Com essas intervençõ­es haverá uma nova dinâmica nesta área”, aponta. Museu da Música Vai funcionar onde hoje é a Casa dos Azulejos, com mais quatro imóveis contíguos. O imóvel já foi estabiliza­do e recebeu nova cobertura e telhado. O museu e seus anexos serão construído­s e operados pela iniciativa privada. O empréstimo de R$ 75 milhões necessário­s para o projeto está em fase de análise pelo Banco de Desenvolvi­mento da América Latina (CAF). Museu da História da Cidade e o novo Arquivo Público Municipal irão ocupar o atual Casarão de Portugal. A intervençã­o inclui uma obra de restauraçã­o do Casarão, construção de um prédio de dez andares e implantaçã­o do acervo e equipament­os necessário­s. Projeto executivo e orçamento estão em análise pelo Banco Interameri­cano de Desenvolvi­mento (BID), financiado­r da obra.

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