Correio da Bahia

Puxou o freio de mão

- Marcio Dolzan, do Estadão Conteúdo redacao@correio24h­oras.com.br

A ressaca do título foi forte e o mistão do Corinthian­s não foi páreo para o mistão do Flamengo. Sem cinco titulares, o campeão brasileiro de 2017 foi um time passivo no primeiro tempo e, ontem, tomou três gols em um intervalo de 25 minutos, algo que não havia acontecido em nenhuma partida inteira ao longo de toda a campanha do hepta. Sem criativida­de, foi batido por 3x0 para um Flamengo em crise, que registrou até briga entre seus jogadores no estádio Luso-Brasileiro, no Rio de Janeiro.

Antes do jogo, o clima entre as duas torcidas era bem diferente. Na do Flamengo, o que mais se via era irritação. Nas conversas nos bares do acanhado estádio na Ilha do Governador, o torcedor rubro-negro dizia que queria “pelo menos que o time fosse pra cima”. No anúncio dos jo- gadores pelo sistema de som, mais da metade do time foi vaiado. E quando a equipe entrou em campo, em vez de aplausos ouviu da própria torcida o grito de “time sem vergonha”.

O clima era tão pesado que teve até briga entre jogadores do Flamengo na primeira etapa. Rhodolfo e Felipe Vizeu se desentende­ram após uma cobrança de escanteio e sobrou soco nas costas do atacante e encontrão de cabeça entre os dois. No fim do primeiro tempo, no lance seguinte, Vizeu comemorou o seu gol fazendo um gesto obsceno ao zagueiro. Ficaram se prometendo.

Entre os corintiano­s, o ambiente era totalmente oposto. A torcida - que ocupou pouco mais da metade do seu espaço - não se cansava de entoar o grito de “é campeão” e outros de incentivo para um time que jogava desfalcado de seus dois laterais, de dois meias e de um de seus atacantes. A tranquilid­ade era reinante entre os torcedores que têm nestas últimas três rodadas a oportunida­de de assistir o campeão brasileiro sem maiores preocupaçõ­es.

Para o bem ou para o mal, a pressão vinda das arquibanca­das se refletiu em campo. O Flamengo demonstrou as suas limitações técnicas a cada cruzamento errado e a cada erro de passe, mas compensou isso com pressão ofensiva realizada pelos três setores do ataque. No Corinthian­s, imperava a passividad­e e uma troca de passes infrutífer­a.

O resultado disso pôde ser visto nos números da primeira etapa. O Corinthian­s precisou de 20 minutos para chegar pela primeira vez ao ataque em um cruzamento de Leo Príncipe para Jô, que parou nas mãos do goleiro Diego Alves. Depois, só voltou a rondar o gol do Flamengo em duas oportunida­des após os 40.

Já o Flamengo, em um intervalo de 25 minutos, balançou as redes três vezes: Mancuello fez um golaço aos 21, Diego ampliou de pênalti aos 32 e Felipe Vizeu fechou a contagem do primeiro tempo aos 45 minutos.

Misto do campeão joga mal e é batido por um Flamengo em crise: 3x0

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Com a bola, Mancuello, do Flamengo, faz fila na defesa do Corinthian­s antes de chutar e fazer um golaço

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