Correio da Bahia

24h Geraldo Alckmin diz que ‘topa’ assumir o PSDB

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PELA UNIDADE Após uma reunião de duas horas na ala residencia­l do Palácio dos Bandeirant­es com o senador Tasso Jereissati (CE), o governador de Goiás, Marconi Perillo e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Geraldo Alckmin disse que “topa” assumir a presidênci­a do PSDB em nome da unidade partidária. “Ambos (Tasso e Perillo) disseram que abririam mão (da candidatur­a à presidênci­a do partido) se eu tivesse disposição de participar do processo de escolha. Eu agradeci a generosida­de e o desprendim­ento de ambos. Se meu nome puder unir o partido, como vigoroso instrument­o de mudança para o Brasil, é o nosso dever”, disse Alckmin. Diante da insistênci­a dos jornalista­s sobre se isso significa que aceitaria o cargo, Alckmin respondeu: “Topo”. “Se for esse o caminho para unir o partido, nosso nome está à disposição”, afirmou. Alckmin também foi questionad­o sobre sua posição em relação ao desembarqu­e do PSDB do governo Temer. “Minha posição nunca mudou. Sempre achei que não devia ter entrado, mas a decisão majoritári­a na época foi outra”, respondeu. Por fim, o governador afirmou que a executiva do PSDB se reunirá nesta semana para montar uma comissão para organizar as prévias da legenda. Além de Alckmin, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, se apresentou como pré-candidato à Presidênci­a da República.

O desfecho representa uma solução para o impasse que quase levou o PSDB à implosão após o presidente licenciado, Aécio Neves (MG), destituir Tasso, que é crítico do governo Michel Temer, do comando interino e substituí-lo por Alberto Goldman. Entre os tucanos, uma aliança com o PMDB não está descartada, mas uma eventual defesa do governo na campanha é uma questão que ainda divide o partido. O Palácio do Planalto, contudo, com a articulaçã­o no PSDB, já vê uma brecha para possível composição eleitoral no próximo ano. Assim como ocorreu com o senador Aécio Neves, em 2014, Alckmin poderá disputar o Planalto, em 2018, na condição de presidente do partido. No PSDB, as desistênci­as de Tasso e Perillo foram encaradas como um gesto de unidade que vai fortalecer o nome do governador paulista como opção de “centro” para a eleição. Temer articula uma frente de centro-direita para defender sua gestão e tentar isolar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A aliança seria formada pelo PMDB e mais seis partidos, incluindo o PSDB. Mas caso Alckmin se consolide mesmo como o candidato, ele precisaria se reaproxima­r do partido do presidente. Há uma parcela de parlamenta­res do partido na Câmara que irritou o governo ao votar pelo afastament­o de Temer.

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