Jovens de Salvador lideram infecção por HPV no país
Salvador é a capital brasileira com o maior número de jovens entre 16 e 25 anos infectados pelo HPV (papilomavírus humano) entre a população pesquisada, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde.
O levantamento, que é preliminar, mostrou que a capital baiana apresentou a prevalência de HPV mais alta do Brasil, com 71,9% dos resultados dos exames positivos - a média nacional é de 54,6%. Dentre os jovens com o vírus, 50% dos soteropolitanos apresentam HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer - mais do que os 38,4% da média brasileira. Os dados completos serão divulgados em 2018.
Atrás de Salvador, aparecem Palmas (Tocantins, 61,8%), Cuiabá (Mato Grosso, 61,5%) e Macapá (Amapá, 61,3%).
Na outra ponta da lista, com a menor prevalência, está Recife (Pernambuco), com índice de 41,2%. A cidade de São Paulo a maior do país - tem taxa de 52%, próxima ao índice nacional. Já Brasília, Campo Grande e Belo Horizonte não informaram dados suficientes para que a pesquisa fosse fechada.
Pesquisa detecta vírus em 71,9% dos examinados na capital baiana
PERFIL DOS BAIANOS
Em Salvador, os dados do projeto POP-Brasil - Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional de Infecção pelo HPV foi realizado com 291 participantes, sendo 234 do sexo feminino e 57 do sexo masculino. Em todo o país, foram entrevistadas 7.586 pessoas.
O consumo de álcool entre os pesquisados de Salvador foi de 90,7%, segundo maior do Brasil, ficando atrás apenas de Florianópolis, com 91,3%. Segundo Adriana Miranda, coordenadora da Atenção Primária na Secretaria Municipal de Saúde, esse é um dos fatores que podem estar relacionados ao alto índice de prevalência do vírus em Salvador por aumentar a predisposição a comportamentos de risco, como o sexo sem camisinha.
“Outros estudos são necessários para identificar as causas da infecção”, explicou Adriana, ressaltando que ações nesse sentido também serão realizadas, como um trabalho junto a escolas públicas e particulares para discutir com crianças e adolescentes, além dos pais, a importância da vacinação contra o HPV. “O índice alto de prevalência do vírus indica que uma intervenção é necessária”, diz ela.
Embora a pesquisa tenha sido realizada majoritariamente entre jovens das classes D-E (47,8%) e C (44%) - dados de Salvador -, a prevalência de HPV é alta também entre jovens das classes A e B. “O HPV é a infecção sexual mais prevalente no mundo, independente de classe”, explica a ginecologista Karen Abbehusen, integrante da Câmara de Ginecologia e Obstetrícia do Conselho Regio-