24h Planalto tenta esfriar desembarque tucano
CONVENÇÃO O Palácio do Planalto atua nos bastidores para evitar que a convenção do PSDB, marcada para o dia 9, seja transformada em palco de ataque ao presidente Michel Temer. Na tentativa de revestir o desembarque anunciado pelo governador Geraldo Alckmin como uma separação amigável, o Planalto espera que dois dos três ministros do PSDB deixem os cargos nos próximos dias, antes do encontro tucano. A ideia é esvaziar o impacto político da convenção, que, dessa forma, não seria o marco de um divórcio litigioso. Além disso, os governistas do PSDB lideram um movimento para que o partido feche questão sobre o apoio à reforma da Previdência, obrigando os seus deputados a votarem a favor da proposta.
Dos três ministros do PSDB, apenas o titular das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, permanecerá no governo, na “cota pessoal” de Temer. O chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, deve ser substituído pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS) e Luislinda Valois, dos Direitos Humanos, também vai entregar o cargo. “O PSDB não indicou os ministros. Quem indicou foi o presidente. Então, esse não é um assunto que diga respeito à convenção do partido. O PSDB vai romper com o governo com qual objetivo? Para fazer o quê?”, perguntou Aloysio. “Minha preocupação é não haver a dispersão das forças que estão agrupadas em torno de um projeto reformista”, completou. Depois de o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmar que “o PSDB não está mais na base do governo”, o chanceler disse que o colega provavelmente conheceu uma ata “nunca vista” da reunião do partido. “Se o Padilha tiver ata de alguma reunião da qual eu não tenha participado, gostaria de saber. Talvez eu tenha cochilado”, afirmou.