Advogado vê prova ‘adulterada’ contra Temer
DENÚNCIA DE JANOT O advogado Rodrigo Tacla Duran afirmou ontem em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI Mista) da JBS, que os documentos usados pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot em denúncia contra o presidente Michel Temer foram “adulterados” e, portanto, seriam falsos. Tacla Duran se referia a informações do sistema de comunicação secreto do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, chamado de Drousys. Réu na Operação Lava Jato, Tacla Duran disse aos parlamentares, por meio de videoconferência, que uma perícia contratada por ele teria mostrado que sistemas internos da Odebrecht foram manipulados antes de serem entregues ao Ministério Público Federal (MPF). Ele prestou depoimento da Espanha - o advogado é considerado foragido, uma vez que o juiz Sérgio Moro expediu mandado de prisão contra ele. “A perícia comprova que os extratos do Meinl Bank são falsos. Comprova também que o sistema Drousys da Odebrecht foi manipulado e adulterado antes, durante e depois de ter sido bloqueado pelas autoridades da Suíça. Isso quer dizer que essas informações não se prestam como provas para incriminar quem quer que seja, muito menos deputados, senadores e o presidente. A prova é nula”, disse Tacla Duran. Algumas das informações armazenadas no Drousys foram usadas por Janot na segunda denúncia contra Temer e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral, Moreira Franco, barrada pela Câmara dos Deputados. O presidente foi acusado pelo ex-procurador de organização criminosa e obstrução da Justiça. Tacla Duran também acusou o ex-procurador Marcelo Miller de preparar “delações à la carte” e de tentar negociar com ele seu acordo de colaboração premiada. “Eu fui convocado por uma reunião na Odebrecht e, quando comuniquei isso (aos procuradores), Marcelo Miller sugeriu: ‘Então vai lá e grava’”.