24h Trump rebate críticas por divulgação de vídeos

WASHINGTON O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou o Twitter, ontem, para rebater as críticas recebidas da primeira-ministra britânica, Theresa May, depois que ele replicou vídeos anti-islã, compartilhados originalmente por Jayda Fransen, vice-líder de um grupo britânico de extrema direita. Na rede social, Trump disse que Theresa May deveria se preocupar com o terrorismo no Reino Unido e não com ele. Mas, mesmo com a reação do norte-americano, a primeira-ministra não voltou atrás e, também ontem, reforçou as críticas. Theresa May reafirmou que o fato de Trump ter replicado mensagens de um grupo de extrema-direita foi “a coisa errada a fazer”. Segundo a premiê, o grupo Britain First é uma “organização de ódio” que vai contra a “decência comum britânica”. May tem sido pressionada a condenar Trump diretamente. Em

Amã, na Jordânia, para onde viajou em visita, ela disse que o Reino Unido e os EUA têm uma relação especial, mas que não tem medo de criticar os amigos quando eles fazem coisas erradas. Questionada sobre a mensagem posterior de Trump no Twitter, que pedia que ela se concentrasse não nele, mas na violência do extremismo islâmico, May afirmou que o Reino Unido leva muito a sério esse risco. Além da primeira-ministra, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, que é muçulmano, também não gostou do fato de Trump ter replicado vídeos de um grupo de ultra-direita. Ele pediu que o governo britânico cancelasse uma visita de Estado de Trump ao Reino Unido, por causa da atitude dele no Twitter. Khan disse que Trump promoveu “um grupo extremista e vil”, referindo-se ao Britain First. Para o prefeito, o episódio se configurou em uma “traição” na relação entre os dois países que, inclusive, são aliados na mobilização contra o terrorismo. E acrescentou: “Após esse último incidente, está incrivelmente claro que qualquer visita oficial do presidente Trump à Grã-Bretanha não será bem-vinda”, disse Khan, em nota oficial. As polêmicas levantadas por Donald Trump no Twitter já são mundialmente conhecidas e o presidente norte-americano não poupa críticas aos desafetos. Por causa de uma denúncia de conduta imprópria em sua conta, no começo de novembro, ele quase foi banido do Twiter por acidente. O caso aconteceu quando um funcionário da rede social, atendendo ao protocolo de denúncias, iniciou o processo de cancelamento da conta de Trump, que chegou a ficar 11 minutos desativada. O ex-funcionário disse em entrevista que foi um erro e que ele não sabia de quem era a conta denunciada.