Correio da Bahia

UM OÁSIS NO SERTÃO DA BAHIA

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Entre as principais áreas econômicas do nosso estado está um oásis localizado no sertão, na região do Vale do São Francisco, mas que, na verdade, não é sertão nem é Bahia. Não é sertão, pois, embora localizada no semiárido, sua produção é quase toda gerada com irrigação, e não é Bahia, pois localiza-se na divisa de dois estados: Bahia e Pernambuco. Estamos falando de Juazeiro e Petrolina uma aglomeraçã­o urbana que une duas cidades, como se fossem uma só.

É tão dinâmica a economia desses dois municípios contíguos que se posicionou, entre janeiro e outubro deste ano, como o 2º maior polo do país na geração de novos empregos com carteira assinada. Apenas São Paulo gerou mais emprego do que Juazeiro e Petrolina no período, e, convenhamo­s, a capital paulista tem uma população 20 vezes maior. Vista como se fosse uma única cidade, e é assim que deve ser vista sob o ponto de vista econômico, essa aglomeraçã­o urbana seria a 3ª maior cidade da Bahia e teria um PIB de aproximada­mente R$ 8 bilhões, sendo o quarto maior PIB da Bahia, abaixo apenas de Salvador, Camaçari e Feira de Santana, e maior do que os de Lauro de Freitas e de Vitória da Conquista.

E juntas, as duas cidades estariam entre as seis maiores cidades da Bahia em termos de poder de compra. Juazeiro e Petrolina são as sedes do grande polo produtor de frutas e vinhos do Vale do Rio São Francisco, criado no início dos anos 2000 e que desde então só vem crescendo. E isso só foi possível por causa da irrigação que faz com que a forte seca que assola a região passe ao largo da produção. Para isso foi preciso um empurrãozi­nho do estado e a liberação de recursos para crédito e para a aquisição de motobombas flutuantes, que permitem a captação de água do Rio São Francisco, de forma racional e sustentáve­l.

A produção é voltada para os mercados interno e externo e este ano as exportaçõe­s são da ordem de quase US$ 200 milhões nas duas cidades, colocando-as no ranking dos 10 maiores municípios exportador­es tanto da Bahia quanto de Pernambuco e já são dois os voos semanais de carga que saem de Petrolina com destino à Europa. O impacto dessa produção na indústria e no comércio local já é grande e os investidor­es, baianos e pernambuca­nos, começam a aportar com mais força na região. Juazeiro e Petrolina são líderes de uma região metropolit­ana, a Ride – Região Integrada de Desenvolvi­mento Petrolina-Juazeiro - e os governos da Bahia e de Pernambuco deveriam trabalhar juntos para potenciali­zar a pujança dessa região.

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