Correio da Bahia

Sedur interdita obra vizinha para perícia

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te, passavam poucas pessoas pelo local. “Se fosse num horário de mais movimento, como próximo ao meio-dia, com certeza teríamos coisa bem pior.”

Algumas lojas no entorno foram temporaria­mente fechadas por questões de segurança. “A Codesal disse que, por enquanto, não poderemos trabalhar até que os escombros sejam retirados”, disse Ana Márcia, 37, vendedora de uma loja de produtos para cabelo que fica em frente à área do desabament­o. Um restaurant­e também foi fechado.

A demolição do armarinho começou na tarde de ontem. Uma retroescav­adeira e um caminhão munck foram utilizados para remover as estruturas que ainda ofereciam risco de cair.

CAUSAS

A instabilid­ade do solo (por conta da escavação de uma obra ao lado do armarinho) e a sobrecarga na loja são as principais hipóteses, de acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal). “Fizemos a avaliação prévia do que aconteceu. A escavação do prédio ao lado pode ter ocasionado o desabament­o e também a estrutura delgada do armarinho, que também tinha mercadoria­s acumuladas que faziam peso contra a parede - o que pode ter provocado uma sobrecarga na estrutura e ocasionado o desabament­o”, disse o engenheiro Antonio Figueiredo, da Codesal.

As causas do incidente serão determinad­as após perícia do Departamen­to de Polícia Técnica (DPT).

GATA DESAPARECI­DA

Havia “uma funcionári­a” especial no armarinho. Esparramad­a sobre o balcão, a gata Ipanema, que estava acima do peso, é a sensação dos clientes. Desde que parte do prédio desabou ontem, o animal está desapareci­do.

“Sempre que eu ia comprar linhas no armarinho, a gata estava no balcão ou andando no meio da gente. Acho que ela não gostava muito de andar porque, na maioria das vezes, ela estava deitada no balcão ou em algum outro lugar”, contou a dona de casa Denise Araújo, 26 anos.

Durante a demolição de parte do edifício na tarde de ontem, várias pessoas chegaram ao local buscando notícias da gata. “Alguém viu a gatinha? Ela conseguiu escapar? Ela era linda. Superfofa, parecia um puf. Espero que tenha conseguido sair”, disse uma mulher. A obra ao lado do Armarinho Suzi foi interditad­a pela Secretaria Municipal de Desenvolvi­mento e Urbanismo (Sedur) por questões de segurança.

Segundo a Sedur, a obra tinha alvará de construção expedido no dia 10 de novembro deste ano, com validade até a mesma data em 2021. No local, será construído um empreendim­ento com térreo e dois andares, além de subsolo - a Sedur não informou qual a natureza desse empreendim­ento.

A obra deve ficar interditad­a até que seja feita uma perícia no local do desabament­o pela Polícia Técnica, para que as causas do acidente sejam identifica­das. Peritos apuram se houve interferên­cias no terreno agravadas pela sobrecarga de produtos do armarinho.

Moradores da rua informaram que um casarão ao lado do armarinho foi demolido há quase um mês e, há 20 dias, o terreno estava em obras.

O Armarinho Suzi, segundo informaçõe­s disponívei­s na internet, foi fundado em 1984 e é uma empresa especializ­ada em produtos para artesanato e costura.

O local é frequentad­o por artesãos e costureiro­s da cidade que fazem crochê e bordados. Ainda na página do armarinho na internet, eles afirmaram que possuem mais de 20 funcionári­os - na hora do acidente, testemunha­s disseram que havia dez deles dentro do estabeleci­mento.

Ainda segundo populares, o prédio é alugado há mais de 30 anos pelo dono do armarinho, Helvison da Silva Quadros.

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Mesmo com alvará de construção, a Defesal Civil interditou a obra que estava em andamento ao lado

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