Correio da Bahia

Arembepe festeja 50 anos do movimento e aldeia hippie

- ALEXANDRE LYRIO

CONTRACULT­URA No Verão de 1968, o rockeiro Mick Jagger só queria saber de paz e amor. Amor ele tinha de sobra com a namorada Mariane Faithfull. Mas, para encontrar a paz, o astro dos Stones precisou buscar um refúgio bem distante. O lugar escolhido? Arembepe, no Litoral Norte da Bahia. O registro fotográfic­o de Mick Jagger tocando violão na varanda de uma casa junto com sua namorada, o filho Nicholas no colo e alguns nativos é mais do que uma imagem rara. Virou um marco. Por isso, neste final de semana, cinco décadas depois da foto, a localidade dá início às comemoraçõ­es dos 50 anos do movimento hippie na Aldeia de Arembepe. Promovido pela Associação dos Comerciant­es e Prestadore­s de Serviços de Arembepe (Ascarb), o evento começou ontem com show, apresentaç­ões de dança e um debate de relançamen­to do livro Anos 70 Bahia, do produtor cultural Sérgio Siqueira e do escritor Luiz Afonso. Hoje, a partir das 10h, tem feira de artes. “Naquela época, a Aldeia Hippie de Arembepe era aldeia do mundo”, resume Sérgio Siqueira, hospedado em uma das pousadas próximas à lendária aldeia. Por ali, como mostram imagens do próprio livro, circularam também Jack Nicholson, Roman Polanski, Jessel Buss, Denis Hopper, Janis Joplin e milhares de outros hippies “doidões” anônimos, além dos Novos Baianos e Tim Maia. Na verdade, não existe uma data precisa para o surgimento da Aldeia Hippie de Arembepe. “Claro que já havia hippies em Arembepe antes do Verão de 1968. Mas a foto com Mick Jagger é o mais antigo registro conhecido. Por isso, estamos lançando agora o início de um ano inteiro de comemoraçõ­es, em 2018”, explica Cláudia Giudice, que faz parte da Ascarb, tem uma pousada na localidade e luta pela criação de um museu que possa recontar a trajetória do movimento hippie. “Nesses 50 anos, Arembepe foi uma das mecas do movimento hippie”, diz o produtor cultural. De fato, eram tempos de liberdade e nudez. Fotos como a de Ney Matogrosso nu, por entre a vegetação, resumem bem a liberdade em que se podia circular na aldeia.

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