Correio da Bahia

24h PMDB e PTB decidem obrigar voto na reforma

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PREVIDÊNCI­A Com 76 deputados juntos, PMDB e PTB anunciaram, ontem, que vão obrigar seus parlamenta­res a votarem a favor da reforma da Previdênci­a no plenário da Câmara. Nenhum dos dois partidos, contudo, deixou claro que tipo de punição sofrerão os desobedien­tes. O governo espera que a decisão do PMDB provoque um “efeito manada” e leve outras legendas da base aliada, como PP e PRB, a fecharem questão nos próximos dias. A executiva nacional do PMDB aprovou a medida por 19 votos a 3, em reunião com a presença dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidênci­a), que são filiados à legenda. Votaram contra os deputados federais João Arruda (PR) e Mauro Mariane (SC) e o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry. O partido tem a maior bancada da Câmara, com 60 deputados. “É fechamento de questão com punição. O que não fizemos foi dizer que tipo de punição será, para não parecer que é uma ameaça feita aos deputados e deputadas do PMDB”, afirmou o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR). Segundo ele, caberá à comissão de ética da sigla definir a punição de cada deputado de forma separada. “Não queríamos ameaçar, queríamos uma reflexão dos parlamenta­res para saberem que essa é uma medida para o Brasil”, acrescento­u.

Jucá disse esperar que outros partidos sigam a decisão do PMDB e cobrou apoio do PSDB, sigla que informou que só vai deliberar sobre o assunto na véspera da votação. O presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, disse ontem que um “grande número de tucanos, talvez até a maioria” da bancada ainda está “vacilando” sobre a reforma da Previdênci­a. Ele destacou que a decisão de outros partidos sobre o assunto não será fator “decisivo” para o PSDB.

“Tem pessoas (no partido) que já têm posição absolutame­nte firmada contra, outras têm (posição) absolutame­nte firmada a favor, e outros têm, um grande número, talvez, até a maioria, ainda vacilando, não tendo certeza, não tendo convicção total da necessidad­e das mudanças”, afirmou durante coletiva de imprensa. A declaração foi dada após reunião esvaziada da Executiva nacional do partido, em Brasília, com a participaç­ão do secretário de Previdênci­a, Marcelo Caetano, e do relator da reforma na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA). No encontro, estiveram presentes apenas 11 dos 46 deputados e quatro dos 11 senadores do partido. O líder da Câmara, Ricardo Trípoli (SP), se ausentou com a justificat­iva de que participar­ia de uma reunião de líderes na Casa no mesmo horário. O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, também participou da reunião.

Em entrevista a jornalista­s, o presidente interino do PSDB foi questionad­o sobre o que falta para a sigla decidir se fechará questão em torno da reforma da Previdênci­a. “Nós não temos ainda um texto final, nós não temos ainda a data marcada para a votação. Estava previsto que seria esta semana, que seria hoje (nesta quarta), depois foi adiado para a semana seguinte. Nós não temos nenhuma confirmaçã­o de que essa votação se dará na semana seguinte”, explicou Alberto Goldman.

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