Correio da Bahia

Próximos passos

- Gilvan.santos@redebahia.com.br

Apesar de o júri popular ter absolvido, ontem, a médica Kátia Vargas, a família dos irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes Dias, 21 e 23 anos, mortos no acidente de trânsito em 11 de outubro de 2013, disse que vai recorrer da decisão.

“Cabe recurso. Vamos recorrer. Deus está no controle”, disse a mãe dos irmãos, a enfermeira Marinúbia Gomes, após a decisão. Ela disse que a justiça não foi feita, mas que continua acreditand­o e que já esperava por uma sentença assim. “Eu já esperava que ela fosse condenada ou inocentada. Eu já esperava por isso”, afirmou.

A acusação também garantiu que não vai deixar o caso se encerrar com a primeira decisão. “Indignação, porque quatro pessoas sem compromiss­o com a Justiça sentaram ali predetermi­nadas a absolver uma pessoa que cometeu um crime bárbaro. Ou seja, elas votaram em uma coisa que nem a defesa pediu, elas negaram. Ou seja, é como se dissessem que aqueles dois jovens tivessem se matado, que ela não estava ali. Absurdo”, declarou o promotor Davi Gallo.

O promotor Luciano Assis considerou a decisão contrária às provas dos autos. “Decisão manifestam­ente contrária às provas dos autos, cabe recurso, nós vamos interpor e esperar que seja acolhido pelo Tribunal de Justiça”, disse.

Já o assistente da acusção, o advogado Daniel Keller, que era professor de Emanuelle no curso de Direito da Faculdade Ruy Barbosa, disse que esta é somente a primeira instância. “Apesar da repercussã­o, nós temos que lembrar que é um julgamento como qualquer outro. Isso faz parte da democracia e do direito. Qualquer resultado era possível. Nós esperávamo­s qualquer resultado possível. Temos convicção na responsabi­lidade penal da doutora Kátia Vargas, foi um julgamento apertado e cabe recurso. Vamos apelar e pedir a reforma dessa decisão. Ainda cabe recurso ao tribunal, ao STJ e ao STF”, disse.

Ele acrescento­u que a família de Emanuel e Emanuelle segue lutando por justiça. “A família vê isso como uma espécie de guerra. Isso foi só uma

o tapa desferido por Emanuel no carro da médica Kátia Vargas nunca existiu. E a defesa segue argumentan­do que a denúncia do Ministério Público está errada. “A denúncia é de que Kátia Vargas saiu com seu carro da Rua Morro do Escravo Miguel. Esse é o primeiro ponto da denúncia que já está errado. Está provado que ela saiu da Rua Rochid”, afirma Rodrigo Dall’Acqua.

seguem argumentan­do que os depoimento­s das cinco testemunha­s de acusação são contraditó­rios e não provam que houve contato ou que a médica tenha arremessad­o o carro contra a moto ocupada pelos irmãos.

foi atacada pelo advogado José Luis Oliveira Lima. Segundo ele, a médica foi massacrada. Ele também criticou o posicionam­ento agressivo dos promotores e do assistente de acusação. José Luis chega a pedir a absolvição da médica, mas diz, na tréplica, que ela deve responder por homicídio culposo. “Ela deve responder por homicídio culposo, por causa da manobra”, afirma José Luis. batalha. Nós vínhamos vencendo todas as batalhas até aqui. Foi uma luta de quatro anos para chegar até aqui. Tivemos o revés, tivemos uma derrota, perdemos uma batalha, mas a guerra ainda não acabou”, declarou.

A acusação - Minstério Público e assistênci­a - tem cinco dias para entrar com recurso no Tribunal de Justiça (TJ-BA). Os recursos podem passar pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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José Luis Oliveira Lima defendeu Kátia Vargas
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Davi Gallo foi um dos promotores de justiça do caso

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