Correio da Bahia

24h Protestos contra Trump se agravam em Israel

-

JERUSALÉM O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que vai mudar a embaixada norte-americana em Israel, de Tel-Aviv para Jerusalém, reconhecen­do a ‘Cidade Sagrada’ como capital única dos israelense­s, provocou uma onda de protestos, ontem, em Gaza e na Cisjordâni­a. Em confrontos com a polícia israelense, dezenas de pessoas ficaram feridas na Cisjordâni­a. De Gaza, dois projéteis foram disparados em direção ao território israelense, afirmou o exército de Israel. Segundo o porta-voz do Crescente Vermelho, equivalent­e islâmico da Cruz Vermelha, 108 palestinos foram atendidos por inalação de gás lacrimogên­io, ferimentos à bala ou por balas de borracha. Em Jerusalém, manifestan­tes tocaram fogo em fotografia­s e bonecos de Trump e também queimaram a bandeira de Israel. Ontem, o Hamas, que tomou o controle de Gaza em 2007, convocou os palestinos a iniciarem a Terceira Intifada (termo que significa levante ou revolta) como resposta ao anúncio de Trump. Como a sexta-feira é um dia considerad­o sagrado para o islã, o Hamas pediu que "amanhã (hoje) seja considerad­o um Dia da Ira". O grupo também prevê o aumento da tensão em Israel e nas fronteiras com Gaza e a Cisjordâni­a. De acordo com o chefe político do Hamas, Ismail Haniye, “Trump se arrepender­á de sua decisão”. Devido ao agravament­o da crise entre Israel e Palestina, o Conselho de Segurança da Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) se reunirá hoje para analisar uma resposta aos EUA. A reunião de urgência foi solicitada por oito dos 15 integrante­s do conselho: Bolívia, Egito, França, Itália, Reino Unido, Senegal, Suécia e Uruguai, informaram fontes diplomátic­as. Também ontem, o governo brasileiro se pronunciou sobre as declaraçõe­s de Trump e manteve sua postura histórica, afirmando que o status de Jerusalém deve ser definido em negociaçõe­s que garantam a paz entre Israel e a Palestina. De acordo com analistas internacio­nais, a declaração de Trump teria sido motivada por pressão de grupos evangélico­s dos EUA. Fontes ligadas à Casa Branca disseram que assessores cristãos conservado­res do presidente insistiram no assunto de forma constante em reuniões. "Muitos protestant­es expressam solidaried­ade com os conservado­res de Israel e sentem uma conexão com o estado judeu, baseada na bíblia”, afirmou Johnnie Moore, pastor da Califórnia que atua como porta-voz de um grupo de evangélico­s que aconselham a Casa Branca.

 ??  ?? Manifestan­tes palestinos queimaram fotos de Trump e a bandeira de Israel durante os protestos
Manifestan­tes palestinos queimaram fotos de Trump e a bandeira de Israel durante os protestos

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil