Correio da Bahia

24h ‘Efeito Trump’ em NY

- DAS AGÊNCIAS

Às vésperas do Natal, período em que Nova York recebe turistas de todo o mundo, e ainda sob o impacto do anúncio feito semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que reconhece Jerusalém como capital de Israel, desconside­rando as reivindica­ções da Palestina sobre a ‘Cidade Sagrada’, a explosão de uma bomba caseira em uma estação de ônibus e metrô, ontem, no centro de Manhattan, com saldo de quatro feridos, colocou o FBI (a polícia federal norte-americana) em estado de alerta para possíveis atentados terrorista­s.

A bomba, de fabricação caseira, estava amarrada ao corpo de Akayed Ullah, de 27 anos, nascido em Bangladesh e que vivia legalmente nos EUA desde 2011, cadastrado como motorista de táxi e limousine. Ullah foi um dos feridos no ataque, que ele planejou sozinho, inspirado por radicais islâmicos “para vingar os palestinos de Gaza depois do anúncio do presidente Trump”, segundo ele mesmo declarou à polícia ao ser detido e levado ao hospital para tratar as queimadura­s após a explosão. Ainda segundo a polícia, Ullah não tinha contato com grupos terrorista­s.

O terminal de transporte­s de Port Authority, que fica no cruzamento da Rua 42 com a 8ª Avenida, é um dos mais movimentad­os de Manhattan nos horários de pico. De acordo com a polícia, o explosivo improvisad­o foi detonado em uma passagem subterrâne­a da estação, por volta das 7h30 (horário local).

Após o atentado, o terminal ficou fechado temporaria­mente, enquanto peritos do FBI e da polícia nova-iorquina coletavam materiais para a investigaç­ão. A estação de metrô, reaberta no final da manhã, passou a ser monitorada todo o dia por policiais armados com fuzis.

Bill de Blasio, prefeito de Nova York, disse que a bomba foi uma “tentativa de ataque terrorista” que não deu certo. Afirmação reforçada pelo governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, que acrescento­u que o artefato era de “baixa tecnologia”.

Donald Trump foi informado do atentado, mas a Casa Branca não emitiu nenhuma nota oficial sobre o incidente. O presidente também não se manifestou em seus perfis nas redes sociais sobre a explosão ou sobre a alega- ção de Ullah de que o ataque foi uma retaliação à sua polêmica declaração sobre Jerusalém, detonando uma nova crise no Oriente Médio.

SOLIDARIDA­DE

Após o atentado, os prefeitos de Paris (França) e Londres (Inglaterra), cidades europeias que sofreram ataques terrorista­s recentemen­te, se solidariza­ram com os novaiorqui­nos e enviaram mensagens ao prefeito Bill de Blasio.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, afirmou que “após acontecime­ntos como esse em Nova York, todos nós ficamos em alerta contra o terror”. Já Sadik Khan, prefeito de Londres, postou no Twitter a frase: “Londres está com Nova York contra o terrorismo”.

Enquanto os norte-americanos acompanhav­am as notícias sobre a explosão na estação de Manhattan, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) respondiam ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que não pretendem reconhecer Jerusalém como capital do estado judeu e nem irão mudar as embaixadas dos países-membros do bloco europeu para a ‘Cidade Sagrada’.

Netanyahu havia divulgado declaração, anteontem, sugerindo que os países da UE “seguissem o exemplo dos EUA e reconheces­sem Jerusalém como capital de Israel”.

Em resposta ao premiê israelense, aliados europeus do estado judeu, como República Tcheca, adveriram que as declaraçõe­s feitas por Donald Trump são uma “séria ameaça aos esforços mundiais pela paz entre judeus e palestinos”.

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Atentado aconteceu em estação de ônibus e metrô no centro de Manhattan
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Ullah mora nos EUA desde 2011

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