Correio da Bahia

Pela reforma, governo promete liberar emendas parlamenta­res

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NEGOCIAÇÕE­S O governo escalou ontem uma tropa de choque de ministros para negociar diretament­e com os deputados os votos pela aprovação da reforma da Previdênci­a e acenou com mais recursos de emendas. A negociação entrou agora no “varejão” com as demandas individuai­s sendo analisadas. De olho nas eleições de 2018, há políticos que pedem até que os seus adversário­s não sejam beneficiad­os.

Como a arrecadaçã­o de novembro surpreende­u positivame­nte, os números apontam para a possibilid­ade de uma nova liberação de recursos do Orçamento nesses últimos dias do ano. Cálculos preliminar­es indicam um resultado entre R$ 2 bilhões a R$ 5 bilhões acima do previsto. Com esse espaço, segundo uma fonte da equipe econômica, o governo avalia que é “bem possível” fazer um novo desbloquei­o. A tarefa é calibrar a ampliação das despesas sem compromete­r o cumpriment­o da meta fiscal, de R$ 159 bilhões.

Os ministros da Integração Nacional, Saúde, Cidades entraram nas negociaçõe­s. O presidente Michel Temer e os ministros dessas áreas se reuniram ontem com o ministro do Planejamen­to, Dyogo Oliveira, que avalia o espaço orçamentár­io. Fontes do governo informaram que os parlamenta­res estão “colocando o voto na mesa”. O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidênci­a da República, Wellington Moreira Franco, avisou ontem que o governo está aberto a negociar concessões desde que “justas”. O esforço busca compensar dificuldad­es nas negociaçõe­s através dos partidos. Com 106 deputados juntos, PP, PSD e PRB resistem a obrigar seus parlamenta­res a votarem a favor da reforma, através do chamado fechamento de questão. Com a recusa, as siglas contrariam pedido de Temer, que conta com a medida para alcançar os 308 votos para aprovar a matéria. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu ontem que é difícil colocar a reforma em votação na semana que vem. Ele falou rapidament­e com os jornalista­s antes de participar de evento na Fiesp, em São Paulo. Mas Rodrigo Maia ponderou que, se as mudanças não forem aprovadas neste ano, terão que passar no ano que vem. “A reforma da Previdênci­a só sairá da pauta quando for aprovada. Se não for aprovada neste ano terá que passar no ano que vem”, disse.

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