Número de imigrantes que podem trabalhar no Brasil cai 22,3%
EFEITO DA CRISE A crise econômica atingiu o setor de trabalho para estrangeiros. Ao longo de 2016, apenas 28.658 imigrantes conseguiram autorização para entrar no mercado formal, um declínio de 22,3% em relação ao ano anterior. Até o começo do ano passado, a instabilidade da economia tinha impactado o emprego dos trabalhadores nacionais. Os estrangeiros, no entanto, só sentiram o efeito da crise agora, quando o agronegócio que emprega haitianos e latino-americanos no corte de aves e suínos começou a enfrentar o impacto da redução das vendas internas e das exportações de carne. Dados do Relatório Anual 2017, divulgado ontem pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), com apoio do Ministério do Trabalho, mostram que 95% das contratações formais foram postos temporários. Os haitianos mantêm, desde 2013, o primeiro lugar no ranking do trabalho para estrangeiros, mas o ritmo da sua migração reduziu em 12,85% na variação de 2016 para o ano anterior. Houve aumento na imigração de estrangeiros ainda com pouca presença no setor formal, como os angolanos, que tiveram aumento de 43,14% na comparação dos dois anos, seguidos de senegaleses (42,25%) e venezuelanos (32,13%). No ano passado, 25,7 mil haitianos trabalhavam no mercado formal, seguidos dos portugueses (8,8 mil).