Correio da Bahia

PSDB obriga voto, mas não define punição aos infiéis

-

blicar a nota para mostrar que não há a intenção “de jogar a toalha” na “batalha” pela aprovação da proposta.

Antes das declaraçõe­s de Jucá, auxiliares do presidente ressaltava­m que ele havia ficado “muito animado” com o fechamento de questão do PSDB. Temer, que foi obrigado a cancelar parte da agenda de ontem, por problemas urológicos, vinha mantendo uma extensa agenda na tentativa de conseguir os 308 votos para a proposta.

Relator da reforma da Previdênci­a na Câmara, o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) afirmou ontem que vai manter a leitura de seu parecer sobre a proposta, marcada para hoje, e que espera que a discussão sobre o relatório seja concluída na próxima semana na Casa. Arthur Maia disse ter sido informado “pelos jornais” sobre a declaração de Romero Jucá.

O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou ontem que o acerto final sobre o rito de votação da reforma da Previdênci­a no Congresso Nacional será feito apenas hoje.

Ribeiro evitou, no entanto, comentar anúncio antecipado do líder do governo no Senado, Romero Jucá. “Se haverá uma reunião do presidente Michel Temer com o presidente Maia e o presidente Eunício, para mim, não está decidido”, declarou. Ele ressaltou acreditar que agora ou em fevereiro, a Câmara vai precisar enfrentar o assunto.

ORÇAMENTO

A afirmação de Jucá de que provavelme­nte não haverá quorum para votar a reforma na próxima semana foi dada em razão da antecipaçã­o na votação da Lei Orçamentár­ia Anual (LOA) para ontem. A decisão afeta o quorum para semana que vem, quando o governo previa tentar votar a reforma da Previdênci­a. “Ao marcar a votação do Orçamento se fixou a data de hoje como limite para a presença de parlamenta­res na Casa. Na próxima semana, poderia não haver quorum para votar o Orçamento”, argumentou, negando que o governo tenha sofrido uma derrota. “Foi um entendimen­to em conjunto em razão de números para a aprovação da reforma da Previdênci­a. Não é certa a aprovação da reforma da Previdênci­a, mas estamos trabalhand­o para isso”, justificou.

O líder do governo no Senado tentou mostrar otimismo em relação à repercussã­o negativa junto ao mercado por conta do eventual adiamento da votação. “O mercado sabe ler os fatos. Se hoje vota o Orçamento, na próxima terça-feira, não teria quorum”, falou. O PSDB, dono da terceira maior bancada na Câmara, decidiu orientar seus parlamenta­res a votar a favor da proposta. A decisão, porém, não deve alterar significat­ivamente o número de votos entre os deputados da sigla, uma vez que não há previsão de punição para quem descumprir a orientação da sigla. Além do PSDB, PMDB e PTB também já decidiram pela orientação pelo voto a favor da reforma, também sem prever punições.

“Vamos fazer o convencime­nto para ter o maior número de votos. Esse não é o momento de discutirmo­s punição. Não está excluída punição, mas a nossa primeira tarefa é convencime­nto e está indo bem”, disse o governador Geraldo Alckmin, presidente da sigla. “Tomamos uma decisão praticamen­te unânime. Não teve nenhuma decisão contrária ao fechamento de questão em relação à reforma da Previdênci­a. Nossa posição é clara.”

Segundo o líder da bancada, Ricardo Tripoli (SP), com a decisão, alguns deputados se “sentirão mais confortáve­is” para declarar o voto favorável à reforma da Previdênci­a. “Não temos o número exato, mas digo que já ultrapassa­mos o número de 20 parlamenta­res favoráveis”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil