Governo conversa com servidores, mas vai evitar flexibilizar reforma
PREVIDÊNCIA O governo não firmou nenhum compromisso de atender a novos pedidos de flexibilização na reforma da Previdência, avisou ontem o recém-empossado ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Segundo ele, não adianta desidratar ainda mais a proposta se isso não for agregar votos para aprovar o texto. O ministro também foi enfático sobre a necessidade de manter os pontos centrais da proposta, entre eles o fim dos privilégios. “O governo sempre ouviu, continua ouvindo. Agora, não temos nenhum compromisso com qualquer tipo de flexibilização. Quando e se for (flexibilizado), os senhores saberão”, afirmou. “O governo não aceita mudança na espinha dorsal da reforma, que é o fim dos privilégios”, avisou. Marun disse ainda que o recesso parlamentar, visto por muitos como dificultador ao trabalho de angariar votos para aprovar a proposta, “pode ter efeito diferente”. O presidente da República, Michel Temer, também avaliou o adiamento da votação para 19 de fevereiro como positivo porque a matéria é “difícil” e os deputados vão perceber, durante o recesso, que não há “oposição feroz” quanto ao tema. Segundo ele, boa parte da população confia na Previdência, e o governo conta com a “compreensão oculta” até dos líderes da oposição. “Acho que temos a compreensão, ainda que oculta, dos líderes da oposição. Essa é uma questão de Estado. Você conserta o Estado brasileiro hoje e ele vai servir para quem vier depois. E não se sabe quem é. Portanto, quem vier depois encontrará um Brasil arrumado, nos trilhos”, afirmou Temer no Palácio do Planalto, em Brasília. Ele pediu que os deputados conversem com os eleitores sobre o assunto.