Correio da Bahia

24h Quem votar contra será punido, avisa Alckmin

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PREVIDÊNCI­A Três dias após o PSDB fechar questão em torno da aprovação da reforma da Previdênci­a, o governador de São Paulo e presidente nacional do partido, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que haverá punição para os tucanos que votarem contra as mudanças. As eventuais sanções aos dissidente­s, no entanto, ainda não foram discutidas, segundo o governador paulista.

“Terá punição, mas nós vamos estabelece­r. O nosso momento não é de discutir punição, é convencime­nto”, afirmou Alckmin, durante entrega de um terminal de ônibus em Americana, no interior do estado.

Alckmin ja havia defendido esse posicionam­ento na quarta-feira, durante reunião da Executiva do PSDB que definiu os votos a favor da reforma sem discutir punição a quem for contrário à decisão. “O partido está tomando uma posição não sei se inédita, mas pouco usual, deixando claríssima nossa posição fae vorável. Vamos fazer o convencime­nto para ter o maior número de votos. Não está excluída a punição, mas a primeira tarefa é do convencime­nto”, declarou o governador paulista, naquela oportunida­de.

O fechamento de questão é um instrument­o partidário para deixar claro aos congressis­tas qual a posição que o partido espera deles. Via de regra, a consequênc­ia do descumprim­ento é punição (que pode chegar até a expulsão). O PSDB tem 46 deputados. O governo Temer precisa de 308 votos para aprovar a reforma. Prevista para ser votada inicialmen­te até o fim de 2017, a reforma da Previdênci­a foi adiada para fevereiro, já que o governo não conseguiu garantia de que teria todos os votos necessário­s para aprovar a proposta. A nova data foi confirmada na quinta-feira, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo

Maia, e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ontem, Alckmin disse que a mudança na data da votação da reforma não altera os planos do partido. “Era pra votar em dezembro, ficou pra fevereiro. Nós continuamo­s favoráveis. Se ficar pra março, continuare­mos favoráveis. Entendemos que é uma questão de justiça, no sentido de ter um tratamento mais justo entre setor privado e público pra evitar o déficit, porque isso pode compromete­r o equilíbrio das finanças públicas”, ponderou Alckmin. As três principais agências de risco — Fitch, Standard & Poor’s e Moody’s — devem esperar até fevereiro e dar um voto de confiança para que o governo consiga os votos necessário­s e aprove a reforma da Previdênci­a, antes de disparar o gatilho de um novo rebaixamen­to da nota de risco (rating) do Brasil.

Se a votação for adiada novamente, com a agenda eleitoral de 2018, uma nova queda da nota do país é dada como certa. Quanto menor a nota de crédito atribuída ao Brasil, mais difícil é para o governo e as empresas do país atraírem financiame­ntos internacio­nais.

“As agências de risco devem esperar até fevereiro. Se a reforma da Previdênci­a não passar, vão bater o martelo de um novo rebaixamen­to”, avalia o economista da consultori­a Tendências, Silvio Campos Neto.

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